Ocorreu, na manhã do sábado (12), uma marcha de bicicletas que reuniu cerca de 100 pessoas, em Porto Alegre, com o objetivo de chamar atenção para a situação do Museu Joaquim Felizardo. A mobilização ficou nomeada de "Bicicleata em Defesa do Patrimônio Histórico e Ambiental de Porto Alegre".
O ato foi organizado pela Associação de Amigos do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo (AAMJF), a Frente Parlamentar da Cultura e a Frente Parlamentar em Defesa do Cais do Porto - ambas da Câmara de Vereadores da Capital - e contou com o apoio de coletivos culturais e estudantis. Todos usavam máscaras para reduzir os riscos de contaminação pelo novo coronavírus.
Segundo informam as organizações da mobilização, no primeiro semestre de 2021 ocorreram diversos casos de assalto e depredações ao Museu, além de dificuldades financeiras impedirem manutenções como capina e poda de árvores. Essas dificuldades ameaçam a estrutura da construção, remanescente do século XIX.
Na última quinta-feira (10), uma audiência pública para debater os rumos do Museu foi realizada pela Frente Parlamentar da Cultura. De acordo com o vereador Matheus Gomes (PSOL), "mais de 70 pessoas se reuniram para iniciar a elaboração de um projeto de manutenção do caráter público do Museu, pois a prefeitura iniciou de forma unilateral a apresentação do espaço do Museu para a iniciativa privada. Pra nós, o patrimônio histórico tem não pode ser precificado, tem valor inestimável e é de toda a cidade".
Até este momento, não há a nomeação oficial de uma nova direção do Museu. Apesar da indicação do ex-vice-governador Vicente Bogo, até o momento nenhuma nomeação foi registrada no Diário Oficial de Porto Alegre, o que preocupa o corpo técnico e a AAMJF. O trajeto da bicicleata foi escolhido para dar visibilidade a pontos simbólicos do patrimônio histórico e ambiental da cidade, como o Mercado Público, o Cais do Porto e a Usina do Gasômetro, encerrando em frente ao Museu.
"Defendemos a revitalização da Orla e do Centro Histórico, no entanto, esse processo deve ocorrer em diálogo com o conjunto da sociedade civil, privilegiando processos como a elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. O que vi até o momento é a prefeitura pensando a cidade de modo fragmentado, o que é anti-democrático e favorece o interesses de segmentos empresariais específicos, como a especulação imobiliária, em detrimento do interesse coletivo", afirma Gomes.
O vereador Leonel Radde (PT) destacou a unidade do campo democrático presente na manifestação. Além dele e do Matheus Gomes, também compareceram o vereador Jonas Reis e a deputada estadual Sofia Cavedon, ambos do Partido dos Trabalhadores, e representantes do mandato do vereador Pedro Ruas (PSOL).
"A gente observa o Mercado Público destruído por incêndio em 2013 e até hoje não foi resolvida a situação. O Cais do Porto foi entregue, um espaço muito bonito que seria muito útil para a população. Também foi entregue o Gasômetro, uma obra que não termina nunca, e o Teatro de Câmara, a mesma situação. O objetivo é precarizar o serviço e os espaços para depois entregar com preço muito baixa pra iniciativa privada", criticou Radde.
Os organizadores pretendem aprofundar o diálogo com a prefeitura e as secretarias de Cultura e Desenvolvimento Econômico.
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Edição: Marcelo Ferreira