Uma das principais cartunistas do país, Laerte Coutinho, completa 70 anos nesta quinta-feira (10). Em janeiro deste ano, a notícia de que estava com covid-19 e sua internação na UTI mobilizou milhares de pessoas nas redes sociais.
Como lembrou a Federação dos Professores do Estado de São Paulo, em entrevista publicada nesta quinta, Laerte sempre colocou seu traço a serviço da classe trabalhadora. Na década de 1980, desenhava para jornais de sindicatos de trabalhadores pela Oboré, quando foi lançado um livro com direitos autorais liberado, muito usado pelo movimento sindical.
Laerte foi a entrevistada da segunda edição do Jornal de Humor Micuim, lançada em outubro do ano passado. Na entrevista, onde é retratada por feras do traço, Laerte também aborda como a esquerda levou a pior na era das redes, após se afastar do mundo do trabalho e vida real dos brasileiros. E explica de que jeito se faz humor em dias tão azedos. Também dá seu pitaco sobre o que não fazer com Bolsonaro: “Internar não dá certo porque ele não é louco. Ele é um fascista mesmo”.
A cartunista, quadrinista, chargista e pensadora enfrenta uma tarefa imensa a cada dia: interpretar no traço a loucura, primitivismo, violência e opressão do cotidiano brasileiro. Capturar na economia da charge aquilo que as pessoas estão pensando, mas ainda não sabem como exprimir. É um alvo impreciso e fugidio mas ela acerta, quase sempre, na mosca. O que define muito propriamente como “um orgasmo” e “uma explosão mental”.
Nesta conversa com Micuim, a autora de Piratas do Tietê falou também sobre sua condição de transgênero, o avanço das mulheres cartunistas, a precarização do trabalho e o horror das trevas atuais.
Laerte: Uma balizadora sem igual
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Edição: Marcelo Ferreira