Rio Grande do Sul

Ação Solidária

Coletivo Mães da Periferia e educadores se unem pela educação popular 

Organização está com uma vaquinha virtual para a construção do seu centro cultural no Morro Santana, em Porto Alegre

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Em apoio ao projeto, diretora da escola Ministro Salgado Filho doou livros, utensílios de cozinha, classes e cadeiras ao coletivo - Arquivo Pessoal

“Nosso caminho é um só, a nossa luta é a mesma, é educação popular com qualidade”, afirma Letícia Nascimento, idealizadora do Coletivo Mães da Periferia, que está com uma vaquinha virtual aberta para concretizar a construção do seu centro cultural, em Porto Alegre. A entidade já conta com a parceria da escola Ministro Salgado Filho para fortalecer a educação popular e a alimentação saudável dentro do território periférico. 

Com o objetivo de proporcionar cultura, esporte, lazer e educação popular aliados a uma alimentação saudável, o Coletivo Mães da Periferia está, desde o ano passado, com uma vaquinha virtual aberta para a compra do terreno e construção do centro cultural, que deve ter um espaço de acolhimento e uma biblioteca. A meta é arrecadar R$ 10 mil, valor referente à parcela de entrada para pagamento do lote, que custa R$ 25 mil. O restante será angariado posteriormente, com ações na comunidade. 

O coletivo Mães da Periferia existe há mais de um ano, quando a estudante do curso técnico de Enfermagem Letícia do Nascimento apresentou um trabalho sobre saúde coletiva. Na atividade, a aluna abordou a falta de estrutura mínima na Ocupação Jardim Continental, no Morro Santana, na capital gaúcha, onde residia. Na comunidade, há moradias sem abastecimento de esgoto, água e luz. A coleta de lixo é precária. “Não é sobrevivência, é subviver”, define Letícia

Tendo como meta a educação popular, o Coletivo conta com o apoio da diretora da escola Ministro Salgado Filho, Daisy Tadewald, que doou mais de mil livros, utensílios de cozinha, cerca 200 classes e cadeiras. “Acompanho o trabalho realizado pelo Coletivo Mães da Periferia e pensei em ajudar com os itens que foram baixados do patrimônio da escola. O centro auxilia as famílias com oficinas e reforço escolar, por isso pensamos em doar as classes, cadeiras e livros, pois com a pandemia é importante este tipo de atendimento que eles se propõem a fazer”, explica. 

Para Daisy, a importância da educação popular em territórios periféricos é inserir os indivíduos no contexto social, contribuindo na formação para o mercado de trabalho. Mais do que apenas doar cestas básicas, roupas ou assistência social, estão ensinando nas oficinas habilidades que podem trazer sustento para as famílias.

Conforme aponta Letícia, as doações fundamentam a atividade de luta pela educação popular com crianças, jovens e adultos não alfabetizados. “A partir dessa estrutura nós vamos conseguir atender a comunidade com qualidade, auxiliando as crianças da comunidade no manejo do conhecimento”, aponta. 

Mesmo ainda não tendo o centro estruturado, o Coletivo vem auxiliando no que tange à educação. “Nesse sábado fizemos a primeira oficina de alfabetização e letramento aqui no Morro Santana, ajudando as crianças da comunidade a fazerem os trabalhos que a escola está enviando, e que eles estão tendo alguma dificuldade. Nosso projeto é caminhar lado a lado com as escolas, para que a gente possa estar auxiliando dentro dos territórios e os educadores, contribuindo dentro da sala de aula”, complementa Letícia. 

Para a idealizadora do Coletivo, é importante que essa parceira circule para que as escolas e seus gestores tenham esse olhar mais sensível para os projetos dentro das periferias. 

Desde janeiro de 2020, o Coletivo faz o trabalho de arrecadação de de porta a porta. "Por esse motivo precisamos comprar um terreno, que será no Morro Santana, para lançar o nosso centro cultural", explica Letícia. 

Para contribuir com o projeto, a vaquinha pode ser acessada aqui.


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Edição: Marcelo Ferreira