Os ventos de cerca de 70 quilômetros por hora provocados por um ciclone de baixa pressão em todo o Rio Grande do Sul durante o final de semana provocaram inúmeros estragos no estado, inclusive o destelhamento de casa no Quilombo dos Silva na capital gaúcha e a derrubada de uma réplica da estátua da Liberdade em frente a uma loja da Havan na Estrada do Mar, em Capão da Canoa.
O Corpo de Bombeiros da cidade recebeu o primeiro chamado em função da queda por volta das 7 horas desta segunda-feira (24). A estátua caiu sobre um poste da Companhia Estadual de Energia Elétrica que a atravessou como se fosse uma lança entrando no peito e saindo na nuca.
De acordo com a corporação ninguém ficou ferido. Alguns locais da cidade estão sem luz, porém os Bombeiros não chegaram a receber contatos sobre queda de postes nesta manhã.
Os ventos começaram a soprar fortes no estado após a chuva da sexta-feira (21) e se estenderam durante todo o período variando entre 60 e 90 quilômetros por hora até a segunda-feira (24).
A queda da estátua gerou uma série de memes que circularam por grupos do Whatsapp durante o dia de hoje.
Destelhamento no Quilombo dos Silva
No Quilombo dos Silva o maior estrago ocorreu no domingo (23), quando um galho de uma árvore de um condomínio ao lado caiu em cima de uma das casas, danificando o telhado de uma casa em que residem dois adultos e três crianças.
As árvores que ficam dentro do Quilombo deveriam ter a poda garantida pela prefeitura, já que é decretado área de interesse cultural da cidade. Porém, ano após ano são realizadas as solicitações que o poder público municipal não atende.
Segundo relatos dos moradores, esta não é a única ameaça. Há também o completo desrespeito por parte do condomínio que faz divisa com o quilombo com relação a manutenção das árvores que ficam coladas ao muro e se dobram sobre casas do Quilombo.
Em nota no Facebook, o Coletivo Feminista As Outras Amélias relata que "quando a família foi procurar os responsáveis pelo condomínio para entrar em diálogo a resposta foi 'voltem mais tarde, pois o condomínio está em horário de almoço'. Se este relato parasse por aqui, já seria o suficiente para causar indigestão em qualquer pessoa com um mínimo de seriedade. Mas, como sabemos, os abusos da burguesia costumam ser completos. Quando a moradora disse que não podia esperar porque estava anunciando mais chuva e ela arriscava perder seus móveis e pediu o telefone do síndico, foi informado que não estava autorizado a passar o contato, disseram que colocassem uma lona preta sobre o telhado e deram as costas. Com isto, indignada e preocupada, entre outras coisas, com a saúde dos filhos e com o fato de que no dia seguinte iria trabalhar, dificultando a resolução do problema, a moradora se exaltou e tentou forçar sua entrada no condomínio. Os mesmos que não tinham tempo para se dedicar a solução do problema que criaram, dedicaram seu precioso tempo do almoço de domingo para chamar a brigada militar e fazer boletim de ocorrência."
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Edição: Katia Marko