O Coletivo Anula STF realizou uma manifestação, nesta terça-feira (13), em frente ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, pela defesa dos direitos políticos do ex-presidente Lula. Realizado um dia antes dos julgamentos no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a decisão do ministro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato, que anulou todas as condenações impostas a Lula pela 13ª Vara Federal de Curitiba, e a decisão da 2ª Turma do STF, que julgou parcial o ex-juiz Sérgio Moro no processo sobre o triplex do Guarujá, o ato cobrou a confirmação da anulação das condenações de Lula e da suspeição de Moro.
Além da manifestação em frente ao Tribunal que confirmou os vereditos de Moro e aumentou ainda mais a pena de Lula, em janeiro de 2018, também ocorreram ações visuais na Capital. Na passarela da Estação Rodoviária de Porto Alegre foram estendidas faixas, pedindo a anulação das condenações no STF. Outra faixa foi estendida na passarela em frente à Arena do Grêmio. Na Restinga, manifestantes realizaram um grafite numa parede do bairro. No interior, cidades como Caxias do Sul, Santo Ângelo e Passo Fundo também registraram manifestações.
O presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Amarildo Cenci, aponta que o atual cenário de retirada de direitos dos trabalhadores é resultado da perseguição ao ex-presidente Lula. “O que fizeram com o julgamento do Lula foi um golpe por interesses internacionais, onde o juiz Sérgio Moro prestou serviço ao império americano para quebrar empresas, desempregar a população brasileira, perseguir a esquerda e entregar bilhões de reais ao mercado internacional”, denunciou.
“O STF já disse que Moro mentiu, então o TRF-4 mentiu junto. Fizeram um conluio contra o povo brasileiro. Hoje vemos o desmonte do nosso país, a destruição de todo avanço que o Brasil teve com os ex-presidentes Lula e Dilma”, enfatizou o presidente da Federação Democrática dos Sapateiros RS, João Batista Xavier.
O vereador Jonas Reis (PT), vice-líder da bancada de oposição na Câmara de Porto Alegre, destaca que a retirada do povo do poder reflete no aumento significativo no preço dos alimentos. “Nesse momento, quantas pessoas não tem um prato de comida? A culpa também é deles, dos togados que enganaram a nação com a Lava Jato, onde diziam que era para combater a corrupção e hoje temos um presidente da República, que tem todos os filhos acusados de corrupção”, afirmou.
O julgamento desta quarta no STF, pautado pelo presidente da Corte, Luiz Fux, atende a dois recursos. O primeiro foi apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que tenta derrubar a decisão de Fachin e restabelecer as condenações. O segundo é da defesa de Lula, que quer o desfecho das 14 ações no STF que questionavam a condução dos processos pela Lava Jato de Curitiba e foram anuladas.
A decisão do Plenário pode impactar diretamente nas eleições presidenciais de 2022. Com os direitos políticos recuperados, Lula aparece em 1º lugar nas pesquisas mais recentes de intenção de voto. Em reportagem do Brasil de Fato, juristas analisam o que está em jogo, quais as decisões mais prováveis e seus impactos sobre a elegibilidade do petista.
* Com informações da CUT-RS
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Edição: Marcelo Ferreira