“Manter essa quantidade de presos nas delegacias é potencializar uma catástrofe que já está acontecendo no nosso estado”, afirma o Sindicato dos Agentes da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (Ugerim). Nesta quarta-feira (17), a instituição denunciou que as delegacias continuam lotadas com presos, no momento mais grave da pandemia.
O sindicato destaca que, somente na semana passada, seis policiais civis morreram em decorrência da covid-19. Ainda segundo a Ugerim, com a nova variante do novo coronavírus, a P1, a realidade se tornou ainda mais alarmante.
De acordo com o levantamento feito pelo sindicato, 81 presos se encontram em delegacias no estado. Para a entidade, as restrições anunciadas pelo governo estadual para tentar controlar a pandemia parecem não valer para os e as policiais civis. “Esses profissionais continuam convivendo com delegacias sem restrição de acesso, com celas lotadas de presos e sem vacinação a vista”, afirma o sindicato.
A mais lotada é a Delegacia Policial de Pronto Atendimento (DPPA) de Canoas, na Região Metropolitana, que na manhã desta quarta-feira (17) registrava 22 presos na carceragem. “Uma situação absurda, considerando o atual estágio da pandemia no estado, particularmente na Região Metropolitana. Com a nova variante do coronavírus, que tem um poder de contágio mais de duas vezes maior, isso é flertar com a possibilidade de uma explosão de casos na cidade”, destaca a Ugerim.
O sindicato pontua que concentrar presos, que normalmente não usam máscaras, em um local fechado, sem nenhuma ventilação, com espaço reduzido, é convidar que o vírus se propague de uma forma absurda. “Essa propagação pode se espalhar pela cidade, afinal, os policiais voltam para suas casas ao final do seu plantão", complementa.
Na denúncia, o sindicato aponta que a Justiça já determinou o esvaziamento de todas as carceragens das delegacias do estado, o que ainda não aconteceu.
“Parece que as decisões judiciais, assim como a bandeira preta, não valem para os policiais civis. A situação atual é uma prova disso. A sociedade, o Judiciário, o Legislativo e o Ministério Público precisam tomar uma atitude urgente. Se a vida dos (as) policiais civis não consegue sensibilizar as pessoas, talvez a possibilidade de um agravamento ainda maior da pandemia seja capaz de fazer alguém tomar alguma providência imediata”, conclui.
*Com informações do Sindicato dos Agentes da Polícia Civil do RS (Ugeirm)
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Edição: Marcelo Ferreira