Motoristas de aplicativos (Uber, 99, Cabbify e Indriver) farão uma nova paralisação estadual nesta quarta-feira (17). Essa será a segunda mobilização em 2021. A primeira aconteceu no dia 23 de fevereiro.
Os trabalhadores reivindicam reajuste de tarifas, como a atualização do valor do quilômetro rodado e o fim das promoções 99 Poupa e Uber Promo. No Rio Grande do Sul haverá mobilizações em Porto Alegre, Canoas, Eldorado do Sul, Guaíba e Caxias do Sul.
Na Capital, motoristas farão concentrações em vários pontos da cidade, saindo depois em carreatas até as sedes dos aplicativos. Uma das concentrações, apoiada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Aplicativos (Simtrapli-RS) e pelo grupo Uber na Quebrada, será realizada no Porto Seco, na zona Norte da cidade.
“Buscamos melhorias para a categoria, como o aumento das tarifas aos motoristas e o fim dos produtos Uber Promo e 99 Poupa. Os custos para manter a ocupação estão muito altos, com pouco retorno para os trabalhadores”, afirma Carina Trindade, secretária-geral do Simtrapli-RS.
Categoria está espremida
Em 2015, o valor pago por quilômetro rodado aos motoristas era de R$ 1,25. Hoje, seis anos depois, os aplicativos pagam R$ 0,95 na Capital e R$ 0,90 na região Metropolitana. No início havia um desconto de 25% nas corridas. Agora o percentual de desconto varia entre 25% e 40%. Ou seja, os custos aumentaram, mas a remuneração dos motoristas caiu.
Além disso, os trabalhadores têm sofrido com o impacto do aumento dos preços dos combustíveis, por conta da política desastrosa da diretoria da Petrobrás nomeada pelo governo Bolsonaro. Também o seguro dos veículos, o aluguel dos automóveis, a manutenção dos carros e rastreadores sofreram reajustes nesses anos, o que deixa o ganho ainda menor para os trabalhadores.
Segundo Claudir Nespolo, secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, a organização e a mobilização da categoria são fundamentais para construir alternativas e pressionar visando a regulamentação da atividade, seja no âmbito nacional, através do Congresso Nacional, seja em nível estadual ou seja ainda por iniciativas municipais.
“O avanço da tecnologia não pode precarizar o trabalho, mas sim deve garantir melhorias de renda e de condições de saúde e segurança. A regulamentação é uma forma de assegurar proteção social e trabalhista para os motoristas de aplicativo”, disse Nespolo.
*Com informações da CUT-RS e do Simtrapli-RS
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Edição: Katia Marko