Nas últimas semanas, a escalada de mortes em função da covid-19 no Rio Grande do Sul tem atingido diversos novos recordes. Nesta terça-feira (16), foram registrados 502 óbitos, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), elevando para 15.606 o número de vidas perdidas no território gaúcho em função da doença. A taxa de mortalidade está em 137,2 a cada 100 mil habitantes, com a letalidade em 2,1%.
Mesmo estando na metade, março já é o mês com o maior índice de mortalidade no estado superando o mês de dezembro. Em 16 dias, 2.862 pessoas perderam a vida em decorrência do coronavírus, enquanto em todo o mês de dezembro foram 2.088.
O estado também registra 754.175 infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, com a confirmação de 9.767 novos casos pela SES. Dos infectados até o momento, 703.386 (93%) são considerados recuperados e 35.119 (5%) estão em acompanhamento.
Capacidade de leitos de UTI no SUS recua, mas ainda beira ao colapso total
Enquanto a rede privada segue com superlotação, com 133,2% de ocupação dos leitos de UTI em todo o Rio grande do Sul, a ocupação dos leitos do Sistema Único de Saúde oscilou e ficou um pouco a baixo de 100%. Às 18h de hoje, o índice marcava 99,3% em todo o estado. Dos 2.276 leitos SUS em operação, 2.259 estavam ocupados.
A ocupação geral das UTIs em todo estado marcava 108,8%, sendo 3.443 pacientes em 3.165 leitos de UTI. Dos internados, 2.502 (72,7%) têm diagnóstico positivo para a doença e mais 173 (5%) estão sob suspeita.
Leitos covid-19 fora da UTI estão com taxa de ocupação de 82,7%. Já em relação aos respiradores em UTI adulto, está o índice de uso está em 82,3%.
Porto Alegre tem 820 pacientes com covid em leitos de UTI
A capital gaúcha segue com superlotação das UTIs, registrando ocupação de 116,07%. Ao menos nove hospitais estão atendendo além da sua capacidade, três estão em lotação máxima, três trabalhando acima de 90% e os demais acima de 80%. Dos 1.163 pacientes em cuidados intensivos na Capital, 820 têm covid-19 confirmada. Além disso, 50 tem suspeita da doença e 268 positivados aguardam na emergência por leitos.
Apesar da situação drástica, o prefeito Sebastião Melo (MDB) afirmou à imprensa que, “sei que têm limites, mas o hospital sempre vai poder por mais alguém. E estar dentro do hospital é melhor do que não estar. É difícil, reconheço o que os profissionais da saúde estão dizendo, mas é o momento que todos nós precisamos dar as mãos para poder salvar pessoas".
Mais jovens infectados
Nesta terça, especialistas do Gabinete de Crise realizaram uma apresentação para detalhar os dados sobre a pandemia no Rio Grande do Sul. Transmitida pelas redes sociais do governo do estado, a primeira edição do Papo Científico trouxe informações do perfil dos infectados, assim como demais dados referentes ao coronavírus no estado.
De acordo com os especialistas, constatou-se um número maior de jovens infectados atualmente. No entanto, pontuam, isso possivelmente acontece porque há uma parcela maior da população contaminada, uma vez que o coronavírus está circulando mais.
“A covid ainda é uma doença que afeta os mais velhos, e a idade ainda é um fator de risco bem maior. Acontece que, em um momento de incidência do vírus a nível populacional tremendamente alta, a quantidade de pessoas jovens que adoecem e morrem também é alta. A circulação maior do vírus é a grande habilidade que essa nova variante (P1) tem em relação às anteriores, por isso ela predomina”, explicou o farmacêutico do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) Eduardo da Silva.
A a diretora do Cevs, Cynthia Goulart Molina-Bastos, pontua que se há tanta gente jovem no hospital, há mais gente jovem fora do hospital transmitindo, em isolamento em casa ou na rua sem saber. “Esse é um pouco o exercício que fazemos e que começa a dar medo, porque essas pessoas estão se encontrando, tendo contatos. Portanto, o que não queremos é circulação de pessoas, porque não tem mais como saber quem é esse número gigante que ainda pode estar transmitindo e sem quase nada de sintomas. E não temos leitos para todos se forem infectados todos ao mesmo tempo, porque inevitavelmente uma parcela vai ter quadro grave e até vir a óbito”, expôs Cynthia.
Assista à apresentação completa:
País registra 2mais de 2 mil vítimas fatais
O Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass) registrou, em boletim publicado hoje (16), 2.340 óbitos e 74.595 infectados em todo o país. Com isso, o Brasil já soma 281.626 mortes e 11.594.204 contaminados pelo novo coronavírus.
O que é coronavírus?
É uma extensa família de vírus que podem causar doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a OMS, em humanos, os vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns até a crises mais graves como as provocadas pela síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) e a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.
Como ajudar a quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
Como tirar dúvidas?
A Secretaria Estadual da Saúde recomenda à população e aos profissionais de saúde do RS que entrem em contato com a vigilância epidemiológica de seu município para esclarecimento de dúvidas. Nos horários que as repartições municipais não estiverem atendendo ao público, está disponível o telefone 150 - Disque Vigilância da SES. Questionamentos podem ser encaminhados também para o email [email protected].
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Edição: Marcelo Ferreira