Rio Grande do Sul

ASSISTA

Campanha Tributar os Super-Ricos promove live pela vida das mulheres nesta quinta

Perda de emprego, redução de políticas sociais e aumento da violência doméstica impactam mais as mulheres na pandemia

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Live ocorre nesta quinta-feira (11), às 19h, e será retransmitida pelo Brasil de Fato RS - Divulgação

Mais de 8,5 milhões de mulheres perderam o emprego somente no terceiro trimestre de 2020. O saldo entre demissões e contratações foi negativo em 897 mil vagas entre março e setembro, das quais 65% eram mulheres (588 mil vagas).

“Além de serem as que mais perderam empregos formais e informais, sofrem com a violência doméstica e aumento do trabalho em casa, gerando adoecimento mental e maior vulnerabilidade pela redução de políticas sociais pelo governo federal”, destaca a presidenta do Instituto Justiça Fiscal (IJF), Maria Regina Paiva Duarte.

Esses são temas do diálogo virtual marcado para quinta-feira (11), às 19 horas, na live “Pela Vida das Mulheres”, promovida pela Campanha Tributar os Super-Ricos.

Parlamento, academia e movimento social no debate

O debate contará com as deputadas federais Erika Kokay (PT-DF), Gleisi Hoffmann (PR), presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), e Fernanda Melchionna (PSOL-RS).

Também participarão das discussões Juliane Furno, doutora em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da Unicamp, e Débora Silva, fundadora do movimento social Mães de Maio, da Baixada Santista. A live será transmitida pelo Facebook da Campanha Tributar os Super-Ricos, com retransmissão na página do Brasil de Fato RS.

O Brasil tem mais de 60 milhões na pobreza e 14 milhões de desempregados. E mesmo na pandemia, os super-ricos ficaram ainda mais ricos como demonstra o estudo da Oxfam. Entre 18 de março e 12 de julho de 2020, 42 bilionários brasileiros aumentaram o patrimônio em R$ 176 bilhões.

O país ocupa a segunda posição em concentração da renda total pelo 1% mais rico, perdendo apenas para o Catar. Também ostenta a sétima posição entre os países com maior número de bilionários.

Tributar os mais ricos para salvar vidas

Estudo recente do IJF demonstra que R$ 650 bilhões em impostos deixaram de ser cobrados dos mais ricos em 11 anos (2007/2018). “Com pessoas cada vez mais ricas e pagando menos impostos do que os mais pobres, aumenta muito a desigualdade, além de produzir e agravar a violência. Quem mais sofre com isso são as mulheres”, reforça a auditora fiscal do IJF, uma das entidades que articula a campanha nacional por tributação mais justa.

Oito projetos foram apresentados ao Congresso Nacional em agosto de 2020, propondo aumento de impostos para os 0,3 % mais ricos do país, subtributados ou isentos, e reduzir para os mais pobres e para as pequenas empresas, aumentando recursos para estados e municípios.

“É urgente salvar vidas com justiça fiscal. Esses projetos tributam apenas 59 mil pessoas entre os 210 milhões de brasileiros”, destaca Rosilene Correa, integrante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), uma das organizações que atua para aprovar as medidas.

Mais de 70 entidades nacionais aderiram às propostas que integram a campanha Tributar os Super-Ricos e reivindicam a tramitação desses projetos que promovem justiça fiscal, fortalecem a economia e reduzem a desigualdade, com garantia de recursos para renda emergencial e políticas sociais que cuidam das pessoas.

Os efeitos da Covid-19 tendem a se aprofundar ainda mais com os cortes do governo federal no investimento social, atingindo as políticas de assistência, saúde e educação. “A pandemia escancarou a necessidade essencial de recursos públicos para atendimento à população mais vulnerável. O Parlamento pode fazer a sua parte para salvar vidas”, conclui Maria Regina Paiva Duarte.


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

SEJA UM AMIGO DO BRASIL DE FATO RS

Você já percebeu que o Brasil de Fato RS disponibiliza todas as notícias gratuitamente? Não cobramos nenhum tipo de assinatura de nossos leitores, pois compreendemos que a democratização dos meios de comunicação é fundamental para uma sociedade mais justa.

Precisamos do seu apoio para seguir adiante com o debate de ideias, clique aqui e contribua.

Edição: Marcelo Ferreira