Rio Grande do Sul

Colapso na saúde

RS segue em bandeira preta pelo menos até o dia 21 de março

Leitos de UTI do SUS no RS já operam com lotação em 93%, enquanto rede privada segue com superlotação

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Diante da gravidade da pandemia, RS manterá bandeira preta em todo território - Divulgação SES SEPLAG

O governo anunciou que o Rio Grande do Sul vai seguir em alerta máximo por pelo menos mais duas semanas. Diante dos níveis críticos de ocupação de leitos e velocidade de propagação do coronavírus, todas as regiões serão mantidas em bandeira preta e sem cogestão regional pelo menos até dia 21. A cogestão também segue suspensa. Já a suspensão geral de atividades não essenciais, entre 20h e 5h, ficará vigente até 31 de março para reduzir a circulação de pessoas e, com isso, a circulação do vírus.

“Estamos numa situação muito crítica e que piora a cada dia. Mesmo com os esforços de ampliação de leitos, a velocidade de propagação do vírus e a velocidade do aumento das internações hospitalares é enorme, muito maior do que tivemos nos momentos críticos do ano passado. Em cada um dos picos de julho e novembro, chegamos a 2,6 mil pacientes internados em leitos clínicos e de UTI. Agora, temos mais de 7,2 mil pessoas hospitalizadas por Covid-19”, comparou o governador, em anúncio na tarde desta sexta-feira (5)

UTIs do SUS cada vez mais lotadas

Hoje foi o quarto dia consecutivo em que o estado teve sua capacidade de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) ultrapassada. Às 18h, a ocupação estava em 102,2%, sendo 3.068 pacientes em 3.003 leitos de UTI. Dos internados, 2.090 (68,1%) têm diagnóstico positivo para a doença e mais 168 (5.5%) estão sob suspeita.

Enquanto na rede privada se mantém a superlotação, com 130,5% de ocupação, segue aumentando a lotação dos leitos do Sistema Único de Saúde. Hoje o índice alcançou a marca de 93% em todo o estado. Há somente 159 vagas entre os 2.261 leitos em operação.

Porto Alegre voltou a extrapolar sua capacidade hospitalar, registrando ocupação de 105,28%, superando a marca do dia anterior. Dos 1.017 pacientes em cuidados intensivos na Capital, 688 têm covid-19 confirmada, novo recorde de internados desde o início da pandemia. Além disso, 38 tem suspeita da doença e 135 positivados aguardam na emergência por leitos.

RS tem mais de 676 mil infectados e 13.188 vítimas fatais

De acordo Secretaria Estadual da Saúde (SES), o Rio Grande do Sul registrou, nesta sexta-feira, 167 óbitos, elevando para 13.188 o número de vidas perdidas no território gaúcho em função da doença. A taxa de mortalidade está em 115,9 a cada 100 mil habitantes, com a letalidade em 1,9%. 

O estado também registra 676.576 infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, com a confirmação de 9.479 novos casos pela SES. Dos infectados até o momento, 623.181 (92%) são considerados recuperados e 40.144 (6%) estão em acompanhamento.

De acordo com a SES, Porto Alegre foi a cidade com o maior número de vítimas fatais, 25 óbitos, seguida de Gravataí (9); Viamão e Taquara (7); São Leopoldo (6); Santa Maria, Novo Hamburgo, Santa Cruz do Sul e Nonoai (5); Sapiranga (4); Caxias do Sul, Alvorada, Sapucaia do Sul, Ijuí, Canela e Gramado (3). Outras diversas cidades registraram pelo menos um óbito hoje. Dos 497 municípios gaúchos, somente 46 não têm registro de vítimas fatais.

País tem mais um dia de elevado número de mortes

O Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass) registrou, em boletim publicado hoje (5), 1.800 óbitos e 75.495 infectados em todo o país. Com isso, o Brasil já soma 262.770 mortes e 10.869.227 contaminados pelo novo coronavírus.

O que é coronavírus?

É uma extensa família de vírus que podem causar doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a  OMS, em humanos, os vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns até a crises mais graves como as provocadas pela síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) e a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.  

Como ajudar a quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.  

Como tirar dúvidas?

A Secretaria Estadual da Saúde recomenda à população e aos profissionais de saúde do RS que entrem em contato com a vigilância epidemiológica de seu município para esclarecimento de dúvidas. Nos horários que as repartições municipais não estiverem atendendo ao público, está disponível o telefone 150 - Disque Vigilância da SES. Questionamentos podem ser encaminhados também para o email [email protected].


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Edição: Marcelo Ferreira