Rio Grande do Sul

COLAPSO

Pela 1ª vez desde o início da pandemia, RS tem mais de 100% das UTIs ocupadas

O estado vem registrando, nas últimas semanas, uma disparada nas internações; caso mais grave é na Capital

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Emergência e CTI covid-19 do Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Hospital de Clínicas de Porto Alegre HCPA / Divulgação

A quase uma semana de completar um ano do primeiro caso de coronavírus no Rio Grande do Sul, o estado registra, pela primeira vez desde o início da pandemia, mais de 100% da ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Às 16h desta terça-feira (2), o estado registrava a taca de ocupação de 100,2%.

São, até o momento, 2.824 pacientes em 2.818 leitos de UTI. Dos internados, 1.758 (62,3%) tem diagnóstico positivo para a doença e mais 213 estão sob suspeita. A rede privada extrapolou sua capacidade, registrando 133% de lotação. Já o Sistema Único de Saúde se aproxima dos 90%, tendo 89,4% dos leitos ocupados. 

As macrorregiões Vales, Serra e Metropolitana ultrapassaram sua capacidade, registrando 115,4%, 107.3% e 103,4%, respectivamente. As macrorregiões Centro-Oeste, Norte e Missioneira, têm 97,1%, 94,6% e 85,4%. Apenas a microrregião sul está abaixo de 80%. 

O agravamento da situação fez com que o governo do estado acionasse, na semana passada, o último nível da fase quatro do Plano de Contingência Hospitalar, montado no início da pandemia. Nesta fase os hospitais devem utilizar todos os espaços para atender casos de covid, além da suspensão imediata das cirurgias eletivas (com exceção das cirurgias de urgência ou que representem risco para o paciente).

O RS permanece em bandeira preta, risco altíssimo de contágio.

Porto Alegre tem mais de 550 pacientes internados com covid-19

A capital gaúcha voltou a extrapolar sua capacidade hospitalar, registrando ocupação de 100,56%. Os hospitais Clínicas de Porto Alegre, Moinhos de Vento e Independência ultrapassaram seu limite, tendo 109,82%, 119,70% e 105%. Os hospitais São Lucas, Ernesto Dornelles, Divina Providência, Vila Nova, Restinga e Santa Ana estão com 100%. Cinco hospitais estão acima de 90%, um acima de 80% e somente o Hospital Pronto Socorro de Porto Alegre registra 52,63%.  Dos 903 pacientes em cuidados intensivos, 554 têm covid-19 confirmada, 65 tem suspeita da doença e 137 positivados aguardam na emergência por leitos. 

A situação drástica fez com que o Hospital Moinhos de Vento alugasse um contêiner refrigerado para alocar os pacientes mortos, após o esgotamento do necrotério do local. "É um campo de guerra. Todo mundo sendo mobilizado no hospital, médicos, anestesistas, enfermeiros de todas as áreas. Nós estamos, realmente, com uma situação calamitosa", afirmou à imprensa o superintendente do Hospital,  Luiz Antônio Nasi. O Moinhos de Vento é o maior hospital da rede privada de Porto Alegre.

Através das redes sociais, profissionais da saúde relatam esgotamento e criticam negacionismo. 


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Edição: Marcelo Ferreira