O governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou, na tarde desta quinta-feira (25), a suspensão do sistema de cogestão regional do Distanciamento Controlado. Nesse sistema, as regiões podiam adotar protocolos próprios, desde que não menos restritos que os protocolos da bandeira anterior (por exemplo, regiões em bandeira preta poderiam adotar protocolos de bandeira vermelha). Tal medida vinha sendo cobrada por diversas entidades do estado durante esta semana.
Devido à velocidade de propagação da pandemia, com esgotamento da capacidade de atendimento e internação, o governo decidiu suspender esse sistema, a partir de sábado (27), até o dia 7 de março. Agora, as regiões devem seguir os protocolos orientados para a sua região, determinados pelo governo do estado.
O governador anunciou ainda que o avanço da pandemia nesse ritmo levará, inevitavelmente, a que todo estado esteja rapidamente em bandeira preta. Além disso, frisou que os protocolos de bandeira preta não são lockdown, afastando nesse momento medidas de proibição de circulação na rua, e que o momento é de tentar reduzir os contágios.
Sobre a possibilidade das prefeituras discordarem dos protocolos e tentarem seguir determinações próprias, Eduardo Leite afirmou estar confiante na colaboração dos municípios, afirmando que o Ministério Público é parceiro na fiscalização do cumprimento das medidas. Eventuais medidas contrárias ou desobediência poderão ser responsabilizadas, afirmou também o governador.
Acompanhando o governador, o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior também se pronunciou afirmando que as forças de segurança do estado estarão atuando em conjunto para o cumprimento das medidas de contenção da pandemia, seguindo um protocolo estabelecido em conjunto, para todo o território gaúcho.
Confira a live com as informações da mais recente pesquisa de prevalência do vírus no estado, quando o governador anunciou a suspensão da cogestão:
RS aciona último nível de plano emergencial
Diante de uma ocupação superior a 90% dos leitos de UTI no RS e de números negativos que aumentam a cada novo dia, a Secretaria da Saúde (SES) acionou nesta quinta-feira (25) o último nível da fase 4 do Plano de Contingência Hospitalar, montado no início da pandemia.
Além da suspensão imediata das cirurgias eletivas (com exceção das cirurgias de urgência ou que representem risco para o paciente), deverão ser instalados leitos emergenciais em salas de recuperação e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) intermediárias. Junto à ocupação dessas áreas a serem disponibilizadas, deverão também ser acionadas as equipes técnicas desses setores, especialmente as equipes médicas e de enfermagem.
Conforme indicava o mapa de leitos no início da tarde desta quinta-feira (25), 2.698 leitos de UTI estavam ocupados no RS, incluindo leitos com atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os privados, a maior taxa de ocupação da pandemia. A lista de espera por leitos em UTI também só cresce. No dia 13 de fevereiro, dois pacientes em estado gravíssimo aguardavam transferência para um leito de UTI. Nesta quinta, o número de pacientes com risco de morte esperando atendimento de UTI é de 30. Outro dado preocupante é cerca de 60% dos pacientes que internam em UTIs morrem.
Centro de Operações em Emergência lança alerta máximo
O Centro de Operações em Emergência (COE), do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), publicou um alerta máximo à população gaúcha, também nesta quinta-feira (25), sobre o aumento da transmissão da Covid-19 no Rio Grande do Sul.
O documento recomenda e reafirma ações efetivas que possam diminuir a transmissibilidade do coronavírus a partir do comportamento individual e coletivo na sociedade gaúcha.
Recomendações:
1. Diminuir a circulação de pessoas
a. Ficar em casa.
b. Respeitar o distanciamento físico de dois metros entre pessoas que moram em casas diferentes.
c. Evitar/não realizar reuniões públicas, viagens ou atividades não essenciais.
2. Identificar e isolar pessoas sintomáticas ou casos suspeitos de covid-19
a. Testar pessoas sintomáticas ou contactantes de forma ativa e oportuna.
b. Garantir isolamento de todas as pessoas com caso suspeito ou confirmado.
3. Usar de forma adequada as máscaras e higienizar as mãos.
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Edição: Marcelo Ferreira