O mapa preliminar da 42ª rodada do Distanciamento Controlado divulgado nesta sexta-feira (19) pelo governo do Rio Grande do Sul traz um recorde de bandeiras pretas. São 11 regiões em altíssimo risco para esgotamento da capacidade hospitalar e velocidade de disseminação do vírus. "O Rio Grande do Sul está em alerta máximo", afirma nota do governo, ao destacar a piora dos indicadores de internações e propagação de coronavírus.
As regiões de Caxias, Capão da Canoa, Taquara, Novo Hamburgo, Canoas, Porto Alegre, Palmeira das Missões, Erechim, Passo Fundo, Santa Cruz do Sul e Lajeado foram classificadas com risco altíssimo. Outras 10 regiões foram classificadas em bandeira vermelha, de alto risco para a covid-19. Até então, o RS só havia tido duas rodadas com bandeira preta: na 32ª semana (de 15 a 21 de dezembro), com duas regiões, e a última, na 35ª rodada (de 5 a 11 de janeiro), com uma bandeira preta.
A atual situação do estado fez com que a divulgação do mapa preliminar acontecesse ao vivo. De acordo com o governador Eduardo Leite (PSDB), este é o pior momento que o estado enfrenta. "Não imaginávamos que poderíamos enfrentar um momento como esse depois das duas ondas que tivemos. Estamos vendo um crescimento muito rápido das internações, uma curva muito inclinada”, destacou.
O governador ressaltou que as regiões em bandeira preta não devem retomar as aulas na próxima segunda-feira, como estava previsto. “É um quadro bastante crítico que nós estamos vivendo. A educação é algo importante que nós prezamos e nós defendemos a volta às aulas. Mas na situação crítica que estamos observando, especialmente nestas regiões, fica suspensa a atividade escolar presencial”, afirmou.
Além disso, entre outras medidas adotadas pelo governo, está a suspensão de atividades gerais entre as 22h e 5h no estado. O governador Eduardo Leite pontuou que não se trata de um toque de recolher e disse que um decreto será publicado, neste sábado (20), para detalhar esta regra.
RS registra mais de 50 mortes em um dia
O Rio Grande do Sul registrou 57 óbitos nas últimas 24 horas pela covid-19, conforme boletim da Secretaria Estadual da Saúde (SES) divulgado nesta sexta-feira (19). Com isso, já são 11.666 vidas perdidas no território.
O estado também registra 598.456 infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, com a confirmação de 4.338 novos casos pela SES. Dos infectados até o momento, 569.947 (95%) são considerados recuperados e 16.783 (3%) estão em acompanhamento.
De acordo com a SES, Porto Alegre foi a cidade com o maior número de vítimas fatais, sendo 7 óbitos, seguida de Santa Maria, com quatro. Pelotas, Esteio e Alegre registram 3 óbitos cada. Canoas, Santa Cruz do Sul, Ijuí e Três Passos, 2 óbito. Nenhuma outra cidade teve registro de mais de uma vítima fatal hoje. Dos 497 municípios gaúchos, apenas 61 não têm registro de vítimas fatais.
Pressão por leitos de UTI
Na capital gaúcha, a ocupação das UTIs atingiu a maior taxa do ano, 92,97%. Os hospitais Instituto de Cardiologia, Moinhos de Vento, São Lucas, Mãe de Deus e Restinga estão com as UTIs em lotação máxima. Quatro hospitais estão com lotação superior a 90%. Além disso, a Capital segue acima da marca dos 300 pacientes com covid-19. Entre os 741 pacientes internados na cidade, 324 têm covid-19 confirmada, 39 têm suspeita da doença e 27 estão na emergência aguardando UTI.
Em todo o estado, às 18h desta sexta, a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estava em 80,9%, sendo 2.172 pacientes em 2.684 leitos de UTI. Entre os internados, 1.023 (47%) têm covid-19 confirmada e 160 têm suspeita da doença.
Vacinação
O RS recebeu, até o momento, 704.400 doses de vacina contra o coronavírus, sendo 588.400 vacinas CoronaVac, produzida pelo laboratório Sinovac em parceira com o Instituto Butantan, e 116 mil vacinas de Oxford/AstraZeneca, em parceria com a Fiocruz, conforme balanço do governo estadual. Já foram distribuídas 701.623 referentes à 1ª dose e a 2ª dose. Até as 18h de hoje (19), 420.449 pessoas foram imunizadas, sendo 394.205 com a primeira dose e 26.244 com a segunda.
Já foram imunizados no estado 249.176 profissionais da saúde, 94.615 idosos a partir de 80 anos de idade, 30.240 idosos residentes em instituições de longa permanência, 8.834 indígenas e 1.898 pessoas portadoras de deficiência.
Em Porto Alegre foram recebidas, até o momento, 128,05 mil doses destinadas a 122.023 pessoas do grupo prioritário. Já foram vacinadas 97.673 pessoas com a 1ª dose (80,04%) e 21.099 com a 2ª dose (17,29%)
No Brasil já foram vacinados 5.731.365 pessoas com a primeira dose e 1.035.585 com a segunda, totalizando 6.766.950 doses aplicadas, de acordo com a plataforma CoronavirusBot.
Para coibir que pessoas fora dos grupos prioritários da campanha de vacinação contra a covid-19 sejam vacinados indevidamente, a Secretaria da Saúde e o Ministério Público do Estado lançaram um formulário para denúncias de possíveis “fura-filas” da vacina. O formulário pode ser acessado aqui.
País tem quase 245 mil vítimas fatais
O Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass) registrou, em boletim publicado hoje (19), 1.308 óbitos e 51.050 infectados em todo o país. Com isso, o Brasil já soma mortes 244.765 e 10.081.676 de contaminados pelo novo coronavírus.
O que é coronavírus?
É uma extensa família de vírus que podem causar doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a OMS, em humanos, os vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns até a crises mais graves como as provocadas pela síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) e a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.
Como ajudar a quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
Como tirar dúvidas?
A Secretaria Estadual da Saúde recomenda à população e aos profissionais de saúde do RS que entrem em contato com a vigilância epidemiológica de seu município para esclarecimento de dúvidas. Nos horários que as repartições municipais não estiverem atendendo ao público, está disponível o telefone 150 - Disque Vigilância da SES. Questionamentos podem ser encaminhados também para o email [email protected].
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Edição: Marcelo Ferreira