Em meio às incertezas quanto ao plano de vacinação do Ministério da Saúde, prefeitos gaúchos assinam acordo com o Instituto Butantan para compra direta da vacina CoronaVac. Nesta quinta-feira (10), foram até a sede do Instituto para tratar das aquisições uma comitiva com a presença do presidente da Famurs e prefeito de Taquari, Maneco Hassen, do representante do Consórcio dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) e prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, e do representante do Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Pro-Sinos) e prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi.
O encontro com o presidente do Butantan, Dimas Tadeu Covas, marcou a assinatura de um termo de intenções para aquisição de doses do imunizante que está sendo produzido pelo Instituto em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. O acordo, também liderado pela prefeita de Nova Santa Rita e presidente da Granpal, Margarete Ferreti, visa uma garantia na aquisição das vacinas, caso não haja fornecimento via Ministério da Saúde.
Preocupado com a pandemia nos municípios, Maneco Hassen destacou que a iniciativa visa assegurar as doses, colocando o estado em uma possível lista de espera em caso de eventual compra das vacinas. “Caso o governo federal continue sem nos dar respostas no combate à pandemia, temos um plano B que pode garantir a chegada das vacinas às cidades gaúchas”, pontuou.
Para o prefeito Ary Vanazzi é fundamental a mobilização dos prefeitos para que se retome, com a imunização, a normalidade das atividades sociais, culturais e econômicas nas cidades. “Os municípios precisam se mobilizar para garantir a imunização da população”, disse Vanazzi em uma publicação nas redes sociais. Vanazzi também disse esperar que o governo federal disponibilize a vacina para toda população brasileira, mas caso isso não aconteça os municípios podem contar com esse protocolo de intenções junto ao Butantan.
Leonardo Pascal afirmou a importância da assinatura do protocolo. “Isso nos coloca no topo da lista de compradores, caso seja necessário agirmos de forma independente", explica. Segundo o dirigente da Granpal, se for preciso, os municípios vão "dar um jeito" de assumir a compra: “O prazo é o início da vacinação. Se o governo federal mantiver a omissão, não iremos ficar parados”.
Também estiveram na comitiva gaúcha o secretário de saúde de São Leopoldo, Ricardo Charão; a secretária de saúde de Esteio, Ana Regina Boll; o diretor de comunicação da Famurs, Voltaire Santos e a assessora de comunicação da prefeitura de Esteio, Cristiane Franco. Documento idêntico foi assinado pela Federação Catarinense de Municípios (Fecam) na mesma ocasião.
A presidente da Granpal, Margarete Ferreti, convidou os três prefeitos que estiveram em São Paulo para uma reunião nesta sexta-feira (11). A ideia é avaliar os próximos passos.
A vacina
Chegaram da China à capital paulista 600 mil litros de insumos, o que é o suficiente para produzir até 1 milhão de doses por dia, gradativamente, conforme o presidente do Instituto. Cada frasco custará cerca de R$ 55. A previsão é de que, até 15 de janeiro, sejam enviadas outras 46 milhões de doses.
A Coronavac, no entanto, ainda não tem registro da Anvisa, o órgão regulador brasileiro. Para conseguir a liberação, o Butantan precisa encaminhar a conclusão dos estudos da fase 3 da vacina à agência, o que inclui a taxa de eficácia, que ainda não foi divulgada. A intenção do instituto é de enviar os documentos até 15 de dezembro.
Nesta quinta, a Anvisa liberou e definiu regras para o uso emergencial da vacina. Segundo diretores, ainda não nenhum pedido formal de laboratório para registro de imunizante.
* Com informações da FAMURS, Prefeitura de São Leopoldo, Prefeitura de Esteio e Jornal do Comércio
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Edição: Marcelo Ferreira