Rio Grande do Sul

Eleições 2020

Candidaturas do campo de esquerda realizam agendas e encaminham voto na Capital

Confira como foram as agendas matinais das/os candidatas/os progressistas

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Candidatas/os foram aos seus locais de votação nesta manhã - Reprodução

Neste domingo, 15 de novembro, dia da Proclamação da República, cerca de mais de um milhão de eleitores/as porto-alegrenses, sendo 55% formada pelo voto das mulheres, decidirão o destino da cidade para os próximos quatro anos. A capital gaúcha tem o maior colégio eleitoral do estado, e para as eleições deste ano um número expressivo de candidatos/as, sendo 12 ao total. Três mulheres disputam a chance de ser a primeira prefeita da capital gaúcha. 

Um dia que começou cedo para as candidatas e os candidatos do campo progressista, Manuela D’Ávila (PCdoB) e Fernanda Melchionna (PSOL), por exemplo, tiveram agendas ainda antes das 8 horas. Manuela acompanhou o voto do ex-prefeito de Porto Alegre e ex-governador do estado Olívio Dutra, e, na sequência, realizou seu voto em colégio na zona Leste da Capital, além de acompanhar Miguel Rossetto, candidato a vice-prefeito, no voto. Já Fernanda teve um café da manhã com seu partido e irá votar com seu candidato a vice-prefeito, Márcio Chagas.


Candidata Fernanda Melchionna se encaminhando para as agendas antes da votação / Divulgação

O candidato do PSTU, Júlio Flores, também teve uma agenda partidária antes de realizar seu voto na Fundação Pão dos Pobres. "Fizemos uma campanha difícil, com duas grandes limitações: a primeira, imposta pela democracia dos grandes capitalistas, foi a nossa não presença nos debates. Segundo, a pandemia, que nos forçou a fazer as atividades sempre com protocolos de segurança, que decidimos seguir à risca. Temos sinais de uma segunda onda de contaminações na Europa e nos Estados Unidos e tudo indica que também teremos aqui em Porto Alegre." 

A candidata do PDT, Juliana Brizola, da mesma forma, realizou agendas com veículos de comunicação e votou.

O Brasil de Fato RS conversou rapidamente com algumas candidatas e candidatos do estado e conferiu suas agendas.

Porto Alegre

Com uma agenda apertada na parte da manhã, a coordenação da campanha de Manuela D´Ávila comentou com o Brasil de Fato RS sobre o balanço da campanha e a expectativa para o dia. Segundo a candidata apesar do momento dramático que se vive, a população entendeu que o programa apresentado pela campanha vai privilegiar o combate das desigualdades, a recuperação da economia e o dinamismo econômico. 

Um ponto central a ser enfrentado é a questão da pandemia. “Vamos trabalhar, disputar  para garantir a vacina, tão logo a gente tenha uma primeira vacina habilitada que ela possa estar servindo aos porto-alegrenses. Vamos trabalhar muito para recuperar o ano perdido no campo da educação”, afirma. 

Sobre a campanha até o momento a opinião é de que o primeiro turno foi relativamente tranquilo perto do que se terá no segundo turno. “Temos preocupação, mas estamos muito seguros de que com o apoio que vamos alcançar no  primeiro turno vai criar uma adesão, uma expectativa de vitória que iniba gestos de violência e má repercussão entre nós. Infelizmente estamos acostumados com esse clima de tensionamento, mas a ideia é focar na disputa política, quem tem o melhor programa, a melhor proposta. Estamos preparados para o que der e vier.” 

A candidata espera que, em um eventual segundo turno, este seja focado nas propostas e nos candidatos, diferente do que foi visto no primeiro turno. “O último debate foi muito difícil. Não foi o primeiro em que fui atacada, mas a violência vai se acumulando”, destaca, pontuando que apesar de ser o momento mais tenso, também é de alívio. 

Em entrevista para a imprensa, a candidata comentou sobre as medidas a serem adotadas em um primeiro momento, caso eleita, tendo em vista o impacto trazido pela pandemia. Entre eles estão um projeto que não aplique aumento para o IPTU de 2021; Fome Zero Municipal; geração de trabalho e renda. E também a garantia de que as crianças estejam nas escolas. “A medida que as crianças são vulnerabilizadas, mais as mulheres ficam distantes do mercado de trabalho.”


Manuela D'Ávila votou com sua filha / Foto: Danilo Cristhidis

Pelotas e Rio Grande 

O clima entre as candidaturas é de tranquilidade, após a conclusão do primeiro turno de um processo eleitoral atípico, devido o momento da pandemia. O sentimento foi bem representado pela fala de alguns candidatos do Interior. Ivan Duarte, candidato do PT à Prefeitura de Pelotas, encerrou a campanha ontem no bairro Navegantes. "Fomos muito bem recebidos, a gente percebe que o nosso recado foi bem assimilado, estamos muito confiantes de ir para o segundo turno. Nossa candidatura representou o outro lado dessa política fascista, racista e machista, que se instalou no país."

Também no Sul do estado, em Rio Grande, Darlene Pereira (PT), candidata à prefeita pela Frente Popular, agradeceu à todos que a acompanharam na caminhada da campanha, especialmente as mulheres, que foram muito importantes no processo. Após 8 anos de governos do PT na prefeitura da cidade, ela tenta dar continuidade a essa gestão e se eleger como a primeira mulher a ocupar o cargo. 

"Fizemos uma campanha diferente, enfrentamos uma pandemia, uma crise econômica e um desgoverno federal. Tivemos que trabalhar muito para buscar alternativas. Em Rio Grande representamos mais um ciclo de governo que tenta levar para a comunidade a esperança e mostrar que são os governos de esquerda que se importam com as pessoas. Recebemos muito carinho das pessoas e da nossa militância."


Candidata Darlene, de Rio Grande, chegando a seu local de votação / Divulgação


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Edição: Katia Marko