Rio Grande do Sul

Cultura

Festival de Arte Popular Mercedes Sosa acontece virtualmente neste domingo

A obrigatoriedade da modalidade online abriu ainda mais o panorama: a nona edição contará também com artistas japoneses

Página 12 | Argentina |
La "Negra", un referente para artistas de todo el continente - Pablo Piovano

A nona edição do Festival de Arte Popular Mercedes Sosa se realizará neste domingo (15), na modalidade streaming, mas não perderá o espírito inclusivo, integrador e empenhado que o caracteriza. De fato, o formato virtual permitirá transcender fronteiras e contar com a participação de artistas do Chile, Brasil, Peru e até do Japão. “Acho chocante que a maioria dos músicos no Japão conheça Mercedes. Ela continua sendo um importante guia de arte e cultura ”, destaca Araceli Matus, presidente da Fundação Mercedes Sosa. “Um dos eixos temáticos deste ano é a Mercedes ao redor do mundo, porque a virtualidade nos dá a possibilidade de ter a contribuição de artistas que de outra forma nos seriam impossíveis”, conta Matus, neta da homenageada.

O festival acontecerá neste domingo, às 19h, e pode ser acompanhado de forma livre e gratuita por meio das páginas da Fundação no Facebook e Instagram (@fundacionmercedessosa) e no canal do YouTube do Centro de Estudios y Formación Marxista Agosti (Cefma). Nesta edição participarão os músicos chilenos Nano Stern e La Chinganera, os brasileiros Kleiton e Kleidir, as japonesas Naoko Aoki e Mio Matsuda, a cantora peruana Susana Baca e os artistas argentinos Piero, Pancho Cabral, Lula Bertoldi e Gloria de la Vega. Os Internacionais Teatro Ensamble, Limona (palhaço) e Daniela Toro. “Mercedes é um dos ícones da música popular argentina e é uma referência muito importante para mim porque a tenho ouvido muito”, ressalta Toro.


Os músicos gaúchos Kleiton & Kledir participarão da homenagem / Rodrigo Lopes

No caso dela, a cantora saltaiana fará uma versão do zamba "El Antigal" (Ariel Petrocelli e Daniel Toro), que fez parte do repertório do Tucumán. “É uma música com conteúdo e um belo ritual”, diz Toro. “A Mercedes tinha um jeito de dizer, interpretar e entender as letras que os autores criavam nas canções. Ela é a canção latino-americana feita mulher e sempre promoveu a renovação de artistas de todos os gêneros e o contato entre as diferentes expressões da arte ”, completa. Este ano os eixos convocadores também serão "85 anos de Mercedes" e "50 anos da Unidade Popular no Chile".

Nesta sintonia, o cantor, compositor e multi-instrumentista chileno Nano Stern fará sua estreia no festival, à distância. “A figura da Mercedes atravessa todas as barreiras possíveis, todas as fronteiras. No Chile é uma voz fundamental do cancioneiro que sentimos ser muito própria”, diz Stern. “Não me lembro quando conheci a Mercedes, sinto que ela está ali, para sempre. Na verdade, conheci muitas canções chilenas, da Violeta Parra ou do Víctor Jara, pela voz dela, o que significa muito”, conta. “Vou fazer um concerto cheio de carinho, gratidão e energia nestes tempos difíceis que vivemos. Mas tempo ruim, cara boa ”, finaliza Stern.

Além disso, o evento contará com uma palestra, com a participação do produtor chileno, Alfredo Troncoso, responsável pelas turnês do Tucumán, na Alemanha, da cantora e da compositora peruana Eva Ayllón e o músico chileno Eduardo Carrasco, sócio fundador do Quilapayún; com moderação de Alexia Massholder e Araceli Matus. “O movimento do Novo Cancionero continua. E deu origem a outros movimentos na América Latina, como o Tropicalismo. Minha avó continua sendo referência para as novas gerações ”, destaca Matus.

*Tradução Redação Brasil de Fato RS

Edição: Página 12