A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) divulgou nesta quinta-feira (12) o resultado de uma campanha de coleta de assinaturas de candidatos e candidatas nestas eleições municipais de 2020 que se comprometeram com a defesa da agricultura familiar e da segurança e soberania alimentar.
Até o dia da divulgação, já foram mais de mil candidaturas que assinaram o documento que contém uma carta-compromisso, relativa à campanha "Agroecologia Nas Eleições"
Denominada "Por Políticas de Futuro", a carta-compromisso apresenta 36 propostas baseadas em experiências concretas de municípios que mostram que é possível implementar, em nível municipal, políticas públicas que promovam a agroecologia e o bem viver. A coleta de assinaturas seguirá nos municípios.
No site é possível encontrar mais informações sobre a ANA, bem como o modelo da carta e a lista completa de todos/as candidatos/as que já assinaram o documento. A ideia é que o público possa apresentar a proposta para as candidaturas das cidades, ou ainda propor a assinatura para aqueles que já se comprometeram com a agricultura familiar e com a alimentação saudável das populações do campo e da cidade.
Na região do Sul do país, são cerca de 150 candidaturas que já assinaram. No RS, 39 candidaturas já se comprometeram, nas cidades de Antônio Prado, Canguçu, Caxias do Sul, Erexim, Farroupilha, Guaíba, Horizontina, Ipê, Lajeado, Mampituba, Morro Reuter, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Santa Maria, São Domingos do Sul, Torres, Três Arroios, Três Cachoeiras, Vacaria e Viamão.
Os candidatos à prefeitura das duas maiores cidades do estado: Pepe Vargas (PT), de Caxias do Sul, e Manuela D'Ávila (PCdoB), da Capital, se comprometeram com a carta. Em Porto Alegre, além da candidata à prefeitura, assinaram os candidatos a vereador/a: Gabriela Silveira (PCdoB), Hosana Piccardi (PT), Laura Sito (PT), Leonel Radde (PT) e Marcelo Sgarbossa (PT).
A Articulação Nacional de Agroecologia
A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) é um espaço de articulação e convergência entre movimentos, redes e organizações da sociedade civil brasileira engajadas em experiências concretas de promoção da agroecologia, de fortalecimento da produção familiar e de construção de alternativas sustentáveis de desenvolvimento rural. Atualmente a ANA articula 23 redes estaduais e regionais, que reúnem centenas de grupos, associações e organizações não governamentais em todo o país, além de 15 movimentos sociais de abrangência nacional.
Entre as suas principais temáticas de atuação estão a construção do conhecimento agroecológico, notadamente nos campos da ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural), da Educação e da Pesquisa, a conservação e o uso sustentável da biodiversidade, com foco prioritário nas sementes locais e nos produtos do extrativismo, a questão do protagonismo das mulheres, o abastecimento e a construção social de mercados, a soberania e segurança alimentar, a reforma agrária e os direitos territoriais de povos e comunidades tradicionais, o acesso e a gestão das águas, a agricultura urbana e periurbana, a questão dos agrotóxicos e dos transgênicos, as normas sanitárias para produtos da agricultura familiar, o crédito para financiamento da agricultura familiar e a comunicação.
A ANA já realizou, desde a sua constituição em 2002, quatro Encontros Nacionais de Agroecologia – ENAs (Rio de Janeiro – RJ, 2002; Recife – PE, 2006; Juazeiro – BA, 2014; e Belo Horizonte, 2018). Deste último encontro participaram 3.000 pessoas de todos os estados do Brasil, representando movimentos sociais e organizações da sociedade civil, além de redes estaduais, regionais e nacionais.
Edição: Katia Marko