A violência contra as mulheres perpassa por vários níveis e segmentos. Com a política não seria diferente. O advento das eleições faz com se acirre os ataques. Tendo em vista esse contexto, a deputada federal Maria do Rosário (PT), promove, nesta quinta-feira (29), às 19h, o ato político “Pela ética e pela democracia - basta de violência política contra as mulheres - por Luizianne Lins e por todas nós".
Além de denunciar os ataques das redes sociais do ódio em debates, o evento reforçará o manifesto “Pela ética e pela democracia - Por todas nós - Basta de violência política contra as mulheres”, que pede providências à Justiça Eleitoral para inibir e responsabilizar quem ataca as mulheres candidatas.
Idealizadora do projeto “Por todas nós”, a deputada Maria do Rosário destaca que os ataques sofridos pelas mulheres nos ambientes públicos nos dias atuais, e que as próprias mulheres candidatas estão sofrendo, também contribuem para a violência contra a mulher no ambiente privado, inclusive provocando o aumento do feminicídio. Segundo a mais recente publicação do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a pandemia agravou a violência contra mulheres, aumentando o número de feminicídios no país.
Na avaliação da deputada, a cultura de propriedade, de posse, que está nos ambientes de poder do Brasil, perpassa os ambientes que deveriam proteger as mulheres, como as polícias, o judiciário, os poderes de um modo geral, o Legislativo e o Executivo. De acordo com a parlamentar, o contexto das eleições faz com que a violência política esteja mais ainda presente no Brasil do que em outros momentos. “A violência política cresceu como um todo e a violência política de gênero cresceu ainda mais em forma de sexismo, de misoginia, de tentativa de silenciamento”, aponta.
A violência política que as candidatas vêm sofrendo impulsionou a criação do manifesto "Basta de violência política contra as mulheres". Ele surgiu após a candidata à prefeitura de Porto Alegre, Manuela D'Ávila, ser desproporcionalmente atacada nas redes sociais e em debates. A onda de ataques e criação de mentiras se intensificou devido ao fato de Manuela aparecer em primeiro lugar nas primeiras pesquisas de intenção de voto.
“Nós conquistamos espaço e recursos para as mulheres, então a extrema direita no poder age de forma a tentar impedir as mulheres que carregam consigo programas de transformação da sociedade e de liberdade para as próprias mulheres, as mulheres que simbolizam esta transformação e que enfrentam a extrema direita, e as ataca de múltiplas maneira”, afirma a parlamentar.
Segundo Maria do Rosário, na polarização política no Brasil, a violência tem uma linha ideológica clara. “Ela vem da extrema direita contra as mulheres do campo popular e da esquerda. Contra as feministas, contra as que lutam por um país livre, soberano, com direitos humanos. Esta é a característica da violência política no Brasil. Uma violência de gênero, de raça, de classe, ideológica, promovida pela extrema direita contra as mulheres pelos setores conservadores, pelos neofascistas”, expõe.
Com a presença já confirmada de Dilma Rousseff, Luizianne Lins, Marcia Tiburi, Gleise Hoffmann, Preta Ferreira, Lola Aronovich, Fátima Bezerra e Ane Carolyne, o evento, além de denunciar os ataques à candidata a prefeitura de Fortaleza Luizianne Lins (PT), lançará um manifesto que deverá ser entregue posteriormente ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul. Também reforçará apelo ao respeito e equidade em debates, entrevistas, redes e ruas e reivindica eleições limpas, sem agressões e fakenews, e a ação das autoridades eleitorais frente às agressões.
Acesse o manifesto e apoie aqui.
O ato poderá ser acompanhado no YouTube e Facebook da deputada Maria do Rosário.
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Edição: Marcelo Ferreira