Diversas comunidades organizadas das periferias das cidades de Canoas e Porto Alegre fizeram manifestações e atos no Dia da Professora e do Professor (15). O dia não foi escolhido ao acaso, as reivindicações giraram em torno desta pauta, principalmente relacionadas às políticas de educação durante a pandemia. Há uma preocupação das comunidades devido à pressão para o retorno às aulas ainda este ano. Este coletivo que atua na região Metropolitana se auto denomina "Comunidades Em Luta", e busca chamar a atenção para a ausência do Estado na promoção de direitos básicos.
Foram realizadas caminhadas para dialogar com as comunidades e colagens de cartazes em regiões como a Cascata, Morro da Polícia e Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. Também na cidade de Canoas, nas comunidades João de Barro e Rio Branco. Foram levadas algumas palavras de ordem que resumiam as pautas, como “Volta às Aulas só com Vacina”, “Defesa do SUS” e “Renda Básica Já”.
Cascata
O tema da educação está preocupando estas comunidades. Por exemplo, na comunidade da Cascata, o governo Eduardo Leite ameaça acabar com a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Segundo o ex-estudante Paulo Henrique de Almeida Trindade, a EJA tem muita importância para as comunidades: “Se não fosse a EJA eu não tinha estudado. Agora o governador quer acabar? Por quê? Pobre não precisa estudar?”. Ele afirma que muitos só podem concluir seus estudos através desta modalidade de ensino.
A professora Adriana Tomiello trabalha nesta mesma comunidade desde que foi implementada a EJA. Ela informa que, em mais de 15 anos, foram pelo menos 2 mil pessoas desta região que conseguiram concluir os estudos. "As matrículas já começaram a reduzir, porque o governo não tem uma política para garantir o acesso. Como o pessoal vai fazer ensino remoto, se muitas vezes nem tem internet?”
Morro da Polícia
No Morro da Polícia, moradoras fizeram uma caminhada pela comunidade, dialogando com a população. Foi realizado também um protesto em frente ao Posto de Saúde. A moradora Tatiane Machado esteve presente para expressar seu repúdio à atual política de saúde. Ela trazia um cartaz em que cobrava 15% do orçamento público pra Saúde, como manda a Constituição. Ela deseja que o governo respeite os profissionais da saúde e também a população.
Lomba do Pinheiro
A comunidade da Lomba do Pinheiro se manifestou colando cartazes ao longo da Avenida Bento Gonçalves. Os manifestantes reivindicaram uma política de Renda Básica, como único mecanismo identificado como garantia do cumprimento do isolamento social e, principalmente, para que as famílias possam fazer frente ao desemprego e ao aumento dos preços dos alimentos.
Canoas
Em Canoas a maior preocupação continua sendo a garantia da saúde. A moradora do Bairro Rio Branco, Iara Terezinha Machado Santana afirma: "Aqui na Comunidade Rio Branco, nos reunimos pra defender o SUS, para que seja aplicado os 15% da Saúde, como diz a lei.”
Edição: Katia Marko