Rio Grande do Sul

CRIME AMBIENTAL

MAB realiza jornada de lutas contra a impunidade após 5 anos do crime de Mariana

Com o tema "Vale com a injustiça nas mãos: 5 anos sem reparação na bacia do rio Doce”, jornada inicia nesta segunda (5)

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Ninguém foi preso ou responsabilizado criminalmente pelos danos causados pelo rompimento da barragem de Mariana, em 2015
Ninguém foi preso ou responsabilizado criminalmente pelos danos causados pelo rompimento da barragem de Mariana, em 2015 - Foto: José Eduardo Bernardes

O crime ambiental do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, no dia 5 de novembro de 2015, deixou um rastro de destruição em mais de 600 quilômetros do Rio Doce, contaminou o Oceano Atlântico, desalojou centenas de famílias e matou 19 pessoas. Neste ano, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) lança a Jornada de Lutas dos Atingidos e Atingidas "Vale com a injustiça nas mãos: 5 anos sem reparação na bacia do rio Doce”, em denúncia ao crime cometido pelas mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton.

Com uma programação de ações virtuais, lives e atos presenciais simbólicos, respeitando as medidas de segurança neste contexto de pandemia do coronavírus, a Jornada tem por objetivo denunciar a impunidade. Após cinco anos, ninguém foi preso ou responsabilizado criminalmente pelos danos causados. Para o MAB, isso escancara o controle da Justiça pelas empresas, que se esquivam e saem impunes, mesmo após o segundo maior crime do país, em Brumadinho.

“Vamos denunciar que a Vale, por meio da Fundação Renova, só enrola os atingidos e perpetua os crimes de rompimento de barragens, atentando contra os direitos humanos e toda forma de segurança de vida do nosso povo, fazendo vítimas até hoje com a falta de reparação, deixando os atingidos sem saúde, sem emprego, sem água, sem lazer e com a ameaça constante de piora nas condições de vida”, afirma o movimento.

A jornada inicia nesta segunda-feira (5), com o seminário virtual "Atingidos por barragens e a violação de direitos humanos à saúde", que conta com a participação de Baskut Tuncak, ex-relator da ONU sobre substâncias e resíduos tóxicos. Participam também Dulce Pereira, arquiteta e urbanista, professora da UFOP e pesquisadora sobre a situação de saúde das populações atingidas na bacia do rio Doce, e Gonzalo Bérron, diretor de projetos da FES-Brasil, membro do Transnational Institute e militante da Campanha Global para Desmantelar o Poder Corporativo, Parar a Impunidade e pela Soberania dos Povos.

Também no dia 5, às 19h, será realizada a live de lançamento da Jornada de Lutas. E no dia 8 de outubro, às 18h30, ocorre o encontro online dos Atingidos e Atingidas do Rio Doce: justiça só com organização popular e luta por direitos. As atividades terão transmissão pela página do MAB no YouTube.

Confira a programação completa


Programação da Jornada de Lutas dos Atingidos e Atingidas / Divulgação

Edição: Marcelo Ferreira