Rio Grande do Sul

EDUCAÇÃO NA PANDEMIA

Educadores de Cachoeirinha consideram inviável a retomada das aulas presenciais 

Para 99% dos docentes, o retorno das atividades escolares vai trazer risco à saúde da comunidade

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Frente a um possível retorno, entidades deflagram estado de greve - Reprodução Brasil de Fato

Entre os dias 23 de agosto e 6 de setembro de 2020, o Sindicato dos Municipários de Cachoeirinha (Simca) realizou uma consulta com 483 servidores que trabalham diretamente nas escolas municipais públicas da cidade. A pesquisa revelou que 99% dos docentes acreditam ser inviável o retorno, e que vai trazer muitos riscos à saúde de todos. Além disso, os profissionais da educação deliberaram, em plenária, um estado de greve, em caso de retorno às aulas presenciais. 

A pesquisa realizada pela entidade aponta ainda que 98,1% acreditam que a estrutura física das escolas em que trabalham não são adequadas para atender às exigências para a prevenção do contágio do coronavírus. Também que 98,3% pensam não ser possível a escola garantir, com segurança, a prevenção à doença aos profissionais. 

Estado de Greve 

Segundo a entidade, após o posicionamento do governador Eduardo Leite (PSDB), o anúncio do calendário de reabertura em Porto Alegre para próxima segunda-feira (28) e diante da ausência de um posicionamento do prefeito de Cachoeirinha frente à entrega, na quarta-feira (23), de um ofício para o gabinete do prefeito e Secretaria Municipal de Educação,  foi aprovado o estado de greve. 

“O encaminhamento de greve tem como princípio a defesa da vida dos estudantes, trabalhadores e família. Tendo em vista que os protocolos sanitários não dialogam com a realidade da educação. Já que não é possível estabelecer distanciamento entre bebês, crianças e adolescentes em ambiente escolar. Assim como o fato de não ter condições orçamentárias para aquisição de materiais de higienização e EPI’s”, salienta a entidade. 

Porto Alegre também deflagra estado de greve

Em assembleia geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), realizada de forma virtual na manhã desta sexta-feira (25), foi aprovado estado de greve na educação municipal da Capital. A decisão é uma resposta ao calendário que prevê o retorno das atividades presenciais na rede municipal de ensino a partir da próxima segunda-feira (28). Uma nova assembleia está marcada para a próxima quarta (30), com o objetivo de avaliar a situação e possivelmente confirmar a greve da categoria.

Em nota, entidade destaca que, “em defesa da vida, em primeiro lugar, sindicato e educadores pretendem denunciar à população o risco que toda a comunidade escolar corre com o retorno às aulas em plena pandemia e sem condições sanitárias seguras”. Além disso, reforça o sindicato, falta um protocolo claro que estabeleça quais medidas sanitárias devem ser tomadas a fim de garantir a segurança de estudantes e professores. Além do que, ainda existem instâncias jurídicas e políticas a serem esgotadas neste processo.

Municípios como Alvorada, Viamão e da região do Vale dos Sinos já comunicaram que não vão retornar de forma presencial em 2020.

Edição: Marcelo Ferreira