Mais uma empresa de previdência privada deixa de pagar as pensões aos seus contribuintes. Trata-se da Associação dos Profissionais Liberais Universitários do Brasil (Aplub), cuja falência foi decretada pela Vara de Direito Empresarial, Recuperação de Empresas e Falências da Comarca de Porto Alegre na terça-feira (15), mas somente neste sábado (19) a informação veio a público. A Aplub tem 16 contribuintes, sendo 6 mil já aposentados.
Os depósitos, num total de R$ 4 milhões, deveriam ser feitos no próximo dia 25, mas não serão em virtude da aceitação pela justiça do pedido de autofalência da empresa. Em entrevista ao Jornal do Comércio, a advogada Gabriele Chimelo, sócia do escritório Scalzilli Althaus, contratado pela interventora nomeado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) Dani Giacomini, afirmou que "os 16 mil integrantes do plano terão direito a valores de contas bancárias e à receita de leilões de ativos, mas estarão na terceira posição entre os credores, atrás de passivos trabalhistas e com tributos".
Os ativos da empresa serão a fonte para liquidar dívidas, que são admitidas em mais de R$ 700 milhões, com a maior cifra formada pelos valores de contribuintes e beneficiários. Os ativos são avaliados em R$ 300 milhões, ficam faltando mais RS 400 milhões para completar os pagamentos. Porém, a Aplub ainda é credora de R$ 200 milhões em dividas judiciais.
Esta é mais uma das empresas de previdência privada que dá calote nos gaúchos. As primeiras foram ainda no século passado: o Montepio da Família Militar, o Grupo Beneficente dos Oficiais do Exército (GBOEX) e um conglomerado de bancos que foi transformado no Meridional e depois vendido ao Banco Santander. As “viúvas do Montepio”, como ficaram conhecidas depois de assim chamadas pelo radialista Mendes Ribeiro, jamais receberam seus esperados soldos de coronel ou general que eram anunciados quando da venda dos planos.
Edição: Marcelo Ferreira