Trabalhadores e trabalhadoras do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família de Porto Alegre (Imesf) realizaram um protesto criticando o descaso do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), na manhã desta quinta-feira (17), dia que completa um ano da decisão judicial que determinou a extinção do instituto, sem que o Executivo tenha recorrido. Se uniram ao ato, realizado em frente à prefeitura, representantes do Sindisaúde-RS, do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs), da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS) e lideranças políticas.
Presidente do Sergs, Claudia Franco pontuou que já são 365 dias de resistência. “Estamos aqui contra esse prefeito que acha que pode rifar a saúde da população de Porto Alegre transformando-a em mercadoria, que é exatamente isso que o Marchezan quis fazer vendendo a população de Porto Alegre, no jornal do Almoço, no dia 19 de setembro do ano passado. Ele decidiu que gostaria de transformar a saúde de Porto Alegre em uma limonada. A gente hoje veio aqui não para comemorar, mas para dizer que não é assim que ele vai discutir saúde conosco. Estamos aqui resistindo e discutindo que queremos fazer saúde de qualidade”, afirmou. Conforme reforçou Claudia, quem entende de saúde pública são justamente os funcionários concursados que o prefeito pretende demitir em detrimento de entidades e organizações sociais
Integrante do Fórum da Saúde do Trabalhador e da CUT - RS, Alfreldo Gonçalves salientou que o ato é em defesa da saúde pública da capital e em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras do Imesf. “Estamos exigindo que o prefeito não faça a demissão que está em curso porque isso precariza a saúde pública em Porto Alegre. Estamos nesse ato contra qualquer tipo de terceirização. A saúde tem que ser pública e tem que ser humanizada", afirma.
O presidente do Sindisaúde-RS, Júlio Jesien, destacou o desmonte do patrimônio público em Porto Alegre. “Estamos aqui hoje marcando um ano da resistência dos trabalhadores da saúde contra essa política nefasta. Por isso que dizemos que Fora Marchezan é o melhor caminho”. Conforme explica Júlio, os trabalhadores do Imesf atuam na atenção básica e na atenção primaria. “São 211 equipes e mais de 70 unidades onde os trabalhadores estão atuando”, explica.
Estiveram presentes no ato as candidatas Manuela D'Ávila e Fernanda Melcchiona, além de parlamentares, como Aldacir Oliboni, Sofia Cavedon, Roberto Robaina, dentre outros.
Desde o anúncio da demissão dos trabalhadores anunciada por Marchezan, as representações sindicais realizaram diversos atos, reuniões, mediações e ações jurídicas. Isso tem mantido o Instituto vivo, tendo hoje ainda cerca de 1.300 trabalhadores em seus empregos. O Sindisaúde-RS defende a absorção do quadro pelo município e lembra que existe uma liminar, obtida pelo Ministério Público do Trabalho, ainda em vigor, que determina a não substituição dos trabalhadores.
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Edição: Marcelo Ferreira