Rio Grande do Sul

Coluna

Por uma cidade saudável para todos

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Precisamos escolher vereadores e prefeitos que compreendam claramente que a natureza precisa re-ocupar nossas cidades para que nossas vidas possam se reconectar e se desenvolver em plenitude - POA Vive
A saúde humana depende de viver em contato estreito com as outras formas de vida

O ser humano se aglomerou em cidades num movimento de afastamento da natureza pela busca por segurança e facilitar as relações entre humanos. Neste processo milenar ficamos cada vez mais distantes da natureza e, paulatinamente, de nós mesmos, pois somos irremediavelmente ligados a todos os seres através da teia da vida.

Com esse afastamento criamos e festejamos o mundo artificial que representa muito bem a vida urbana. Curiosamente fomos empobrecendo as nossas relações entre humanos e hoje estamos chegando a ter dificuldades de relacionamento conosco mesmos.

Esse afastamento dos outros seres que co-evoluíram conosco tornou-se um empobrecimento de nossas relações que seguem empobrecendo através da lógica da competição entre os humanos. Isso transformou as relações entre pessoas em trocas instáveis onde não existe a aceitação do outro como ele é. Finalmente, chegamos ao ponto de não aceitarmos a nós mesmos e estamos imersos numa solidão que produz depressão e desorientação.

Chegou a hora de mudarmos esta situação e de reconstruirmos nossas cidades trazendo de volta algo de que precisamos muito, a natureza. Para isso, o primeiro passo é o verde. As plantas trazem com elas nossa cura física, psicológica e espiritual. Elas são o suporte da nossa vida e de nossos irmãos vivos. Junto com as árvores traremos flores, frutos, epífitas, pássaros, borboletas e muitos outros seres dos quais dependemos para o nosso bem estar.

Plantar uma cidade não se trata de pensar nos serviços ambientais que as árvores prestam, tais como: diminuir o ruído das ruas, limpar o particulado do ar, produzir oxigênio, controlar a temperatura e umidade da cidade. Trata-se da beleza, leveza, companhia, diversidade, alegria e harmonia que nenhum dinheiro pode comprar e que nenhuma das pessoas que cortam árvores por interesses mesquinhos, como os especuladores imobiliários, podem nos dar.

A saúde humana depende de viver em contato estreito com as outras formas de vida. Elas são a cura para a tristeza, egoísmo, violência e ódio que experimentamos nas cidades. Não é uma questão de praças e parques, é uma questão de vida por toda a cidade para sermos felizes.

Precisamos escolher vereadores e prefeitos que compreendam claramente que a natureza precisa re-ocupar nossas cidades para que nossas vidas possam se reconectar e se desenvolver em plenitude. O cimento que deverá unir as cidades do futuro é o amor à diversidade da vida e a cooperação entre todos.

Edição: Katia Marko