Neste 7 de setembro, teremos um Grito das/os Excluídas/os por Terra, Trabalho, Teto e Participação
Um grande Grito ecoará dia 7 de setembro por todo Brasil, América Latina e Caribe. É o vigésimo sexto Grito das Excluídas e dos Excluídos: BASTA DE MISÉRIA, PRECONCEITO E REPRESSÃO. QUEREMOS TERRA, TRABALHO, TETO E PARTICIPAÇÃO. VIDA EM PRIMEIRO LUGAR! No Rio Grande, o Grito acontecerá de forma virtual das dez da manhã até o meio dia, através da Rede Soberania, Brasil de Fato RS e redes sociais do movimento sindical, movimentos sociais e CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Mas haverá também ações presenciais. Como gesto concreto, o Grito/RS, por iniciativa de movimentos sociais, movimento sindical, pastorais, lançou, à luz da iniciativa já conhecida do MST, o desafio de plantar uma árvore, ou muitas árvores. Tirar foto, fazer um pequeno vídeo com cada plantio é a orientação. Salvar ou ajudar a salvar o Planeta Terra, cuidar da Pachamama e da Casa Comum é também cuidar do futuro de excluídas e excluídos, anunciar inclusão social e esperança.
No meu caso, em ‘confinamento’ há meses em casa de mamãe, no meio da roça, família de agricultura familiar, por causa do coronavírus, estou rodeado de árvores, bosques, laranjeiras, bergamoteiras, goiabeiras, ameixeiras. A cada semente de uma fruta recolhida direto do pé, comida ou partilhada, pego as sementes e as espalho ou planto em diferentes espaços ainda livres, onde possam crescer, frutificar e servir de sustento para a família ou sombra para quem virá.
Plantar árvores é plantar vida. É dizer que o sistema capitalista predador da natureza e do meio ambiente pode e deve ser enfrentado desde as coisas aparentemente mais simples, levando a gestos e ações concretas. É lutar por uma ecologia integral, onde todos os seres vivos têm espaço. É gritar por um novo tempo com valores com igualdade, justiça, solidariedade, por ar puro, por alimentos adequados e saudáveis, por uma nova economia, uma nova mulher, um novo homem, uma nova sociedade.
Árvores gritam. A natureza grita. E em todos os dias 7 de cada mês de 2020, acontecerá um Grito por Terra, Trabalho, Teto e Participação. Ao mesmo tempo, está sendo lançado o AMAZONIZA-TE por organizações eclesiais e da sociedade civil, REPAM (Rede Panamazônica) e Grupo Imbaúba. É uma campanha de sensibilização e cuidado para com a Amazônia. NÓS SOMOS PARTE DA TERRA. A TERRA É PARTE DE NÓS. UM É A EXTENSÃO DO OUTRO. NÓS NÃO VIVEMOS A SÓS.
Hora de cada uma e cada um ir fazendo sua parte, com as excluídas e os excluídos, com o Planeta Terra, com a Casa Comum. Com práticas e gestos concretos, ações na base e na ponta, lutas, mobilizações de massa, num grande mutirão. Um grito geral de todo Brasil em todo Brasil. Hora de começar em casa, na família, na comunidade de cada uma, de cada um.
O plantio de árvores pode e deve ser combinado com as ações de solidariedade que se espalham pelas periferias por causa da fome, da miséria, do desemprego e das consequências da pandemia. Juntar futuro e esperança, ninguém soltando a mão de ninguém.
Como falou Leonardo Boff, em ‘live’ sobre a crise brasileira e as saídas populares, é preciso construir uma outra humanidade, com espiritualidade na ação, a utopia de um novo tempo, o inédito viável e o esperançar de Paulo Freire, cujo centenário de vida será celebrado a partir de 19 de setembro de 2020 até 19 de setembro de 2021, quando completaria 100 anos.
7 de setembro, segunda-feira, 10h da manhã, Grito das Excluídas e dos Excluídos, CONTRA A MISÉRIA, A REPRESSÃO E OS PRECONCEITOS. TERRA, TRABALHO, TETO E PARTICIPAÇÃO. VIDA EM PRIMEIRO LUGAR! Na Rede Soberania, Brasil de Fato RS e redes sociais. Todas e todos convidados para estarem presentes e participar. E plantarem sua árvore, suas árvores. AMAZONIZA-TE!
Edição: Katia Marko