A Comissão Processante da Câmara de Vereadores votou hoje (28) para continuar o processo de impeachment de Nelson Marchezan Jr. É mais um passo para o afastamento do prefeito de Porto Alegre, eleito pelo PSDB. Dos três vereadores que integram a comissão, dois deles, o relator Alvoni Medina (Republicanos) e Hamilton Sossmeier (PTB), manifestaram-se pelo prosseguimento. O terceiro, Ramiro Rosário (PSDB), pediu vistas do processo mas não foi atendido.
É a segunda derrota do prefeito tucano neste mês. No dia 5 de agosto, a Câmara abriu o processo que pode levar ao seu impedimento. Foi uma decisão ainda mais impactante: 31 vereadores votaram pela abertura, enquanto apenas quatro foram contrários, o que demonstrou o derretimento da base parlamentar de Marchezan Jr., eleito com o apoio de uma coligação de partidos de direita.
A acusação que pesa contra o prefeito é de emprego irregular de R$ 2,4 milhões pertencentes ao Fundo Municipal de Saúde para pagamento de gastos com publicidade. No dia 5, além dos votos da oposição de esquerda (PT e PSOL), a iniciativa ganhou a adesão de legendas mais ao centro ou de centro-direita, casos do MDB e PDT, e de direita, entre as quais PP, DEM, PSD, Republicanos e Novo.
Na sequência do rito, o plenário da casa votará o relatório da Comissão Processante. Em caso de aprovação, haverá uma série de atos, diligências e audiências, quando as testemunhas serão ouvidas e Marchezan Jr. apresentará sua defesa. Se o prefeito for conduzido a um julgamento final, no mínimo 24 dos 36 vereadores terão de votar favoravelmente ao afastamento para que o titular seja removido do cargo.
Edição: Ayrton Centeno