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Vacina não é a única forma de enfrentar a pandemia

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"Se mudássemos nossa forma de alimentação para algo mais saudável, estaríamos fazendo dessa terrível pandemia uma oportunidade para melhorar nossas vidas" - Leandro Molina
Vamos aproveitar esse momento para voltar à cozinha e mudar nossa alimentação de forma consciente

Quem elege um governo é o povo, mas os governos têm trabalhado principalmente para aqueles que detém o poder econômico. Mas como explicar, então, o distanciamento social que está prejudicando a economia? 

Simples, as pressões internacionais são enormes e qualquer governo que não faça distanciamento social estará praticando um genocídio. Todos os demais movimentos são na direção da abertura e da proteção das empresas, não dos empregos. O distanciamento social é correto, mas só serve para administrar o sistema de Saúde, para que não faltem leitos e UTIs. É uma questão de epidemiologia, controlar a velocidade de transmissão da doença. É improvável que alguém não entre em contato com o vírus, pois ele vai se espalhar lenta ou rapidamente.

Como proteger a saúde das pessoas se não existe a vacina? 

O maior fator de proteção para qualquer doença é o sistema imunológico, especialmente para os vírus. A resistência imunológica de cada pessoa pode ser melhorada por várias ações. Essa melhoria é a coisa mais importante que podemos fazer por nossa saúde.

Pergunto então: por que os governos não estão divulgando quais são as ações importantes para ter o sistema imunológico na sua melhor condição? A resposta é fácil, embora não seja simples.

Os principais fatores que afetam o sistema imunológico são: a alimentação, a atividade física, o estado emocional, a qualidade da água e do ar, o sol que tomamos e vários outros fatores ambientais ligados à poluição, não esquecendo a condição socioeconômica.

Nesse momento a alimentação deveria ser o principal cuidado das pessoas. Qual o maior problema da alimentação atual?

Os alimentos ultraprocessados. Além de não nutrir as pessoas eles ainda são cheios de produtos químicos que prejudicam o sistema imune. Grande parte dos aditivos alimentares como conservantes, flavorizantes, espessantes e corantes, saborizantes, além dos resíduos de agrotóxicos, são prejudiciais à saúde.

As pessoas estão presas em casa e tendem a se deprimir. Os alimentos ultraprocessados só pioram tudo, a saúde e o ânimo. Por que os governos não advertem, especialmente agora, contra esse tipo de alimento? Porque eles são protegidos por um gigantesco poder econômico internacional que está destruindo a saúde da população que também lucra com a doença através dos medicamentos.

Esses alimentos ultraprocessados utilizam açúcar, sal e saborizantes para viciar os consumidores. É muito difícil mudar o consumo das pessoas. Se não acontece uma doença forte, dificilmente as pessoas mudam.

Estamos diante de uma oportunidade ímpar, pois as pessoas estão confinadas e com medo. Seria o momento ideal para fazerem mudanças. Entretanto nada acontece porque a saúde das pessoas não importa aos governos.

Se mudássemos nossa forma de alimentação para algo mais saudável, preferivelmente orgânico de base agroecológica, estaríamos fazendo dessa terrível pandemia uma oportunidade para melhorar nossas vidas. Voltar a comer arroz e feijão ao invés de alimentos industrializados além de muito mais saudável é também mais barato.

O problema é que os governos valorizam os grandes interesses econômicos e não a saúde das pessoas e por isso estamos perdendo a maior chance de reeducação alimentar que a humanidade já teve e a única possibilidade de nos protegermos efetivamente dos danos provocados pelo vírus. Vamos aproveitar esse momento para voltar para a cozinha e mudar nossa alimentação de forma consciente.

Edição: Katia Marko