O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra seguem em sua quarentena produtiva nesta pandemia. Uma das formas que os assentados encontram de se proteger e de ajudar o próximo foi seguir com sua produção de alimentos orgânica e doando-a. No Rio Grande do Sul, os Sem Terra que vendem seus produtos na Feira Ecológica do Menino Deus, em Porto Alegre, também doam parte desses alimentos à cozinhas comunitárias e famílias carentes de periferias na capital.
A feirante e assentada Joselaine Cibulski, do Assentamento Integração Gaúcha, de Eldorado do Sul, fala de como começou essa parceria com as cozinhas comunitárias. “Há três semanas, aproximadamente, eu vi uma postagem de um amigo que trabalha no Comitê Popular no Combate à Fome, eles fazem quentinhas para 10 cozinhas comunitárias, na Lomba do Pinheiro. E a partir disso nós fizemos um contato. Pois é cultural para nós da Feira Ecológica do Menino Deus fazer doações do excedente do final da feira”, conta. Segundo Joselaine, atualmente a produção de hortaliças é abundante, o que facilita o compartilhamento do alimento com os que precisam.
No último final de semana, os feirantes doaram mais de 30 caixas de hortaliças para cozinhas comunitárias e famílias da Lomba do Pinheiro, na periferia de Porto Alegre. Segundo Lirian Karine Schultz Nachtigall, moradora e membro do Comitê contra a Fome e o Vírus da Lomba do Pinheiro e coordenada Municipal de Porto Alegre do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), essa parceria ajuda na produção de mais de 2 mil quentinhas por semana nas cozinhas comunitárias. Essas marmitas são distribuídas nas segundas, quartas, quintas, sextas e sábados às famílias da periferia.
“O projeto Comitê no Combate a Fome da Lomba do Pinheiro iniciou no final de fevereiro e tem se mantido até a data de hoje. É um trabalho de solidariedade, parceria e apoio entre vários companheiros, tanto do MST como outros movimentos sociais. Além das marmitas, também doamos cestas básicas toda semana” ressalta Lirian Karine. A moradora agradece a colaboração dos Sem Terra e de todos que ajudaram com o comitê e pede que esses e outros sigam apoiando.
Para Olair Nunes, do Assentamento Itapuí, de Nova Santa Rita, é importante partilhar esses produtos para entidades que trabalham com pessoas de vulnerabilidade social. “Agora na pandemia, tem muita gente que está sem condições de trabalho, e nós estamos tentando fazer a nossa parte, doando os nossos alimentos orgânicos para essas pessoas” pontua.
O MST do RS já doou mais de 200 toneladas de suas produções agroecológicas durante a pandemia do coronavírus e vai seguir realizando tais ações. Pois, segundo os acampados e assentados, esse é o papel de quem trabalha na terra, partilhar tudo o que nela se produz.
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Edição: Marcelo Ferreira