No Dia Estadual do Patrimônio Cultural, um pedido de paz para o Mercado Público de Porto Alegre foi reforçado com a comunidade da matriz africana, mercadeiros e sociedade civil dando um abraço simbólico no prédio, que é patrimônio histórico e cultural do Rio Grande do Sul. O ato ocorreu nesta segunda-feira (17) ao meio dia.
A decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o processo de privatização do Mercado, iniciado pelo prefeito Nelson Marchezan Junior (PSDB) durante a pandemia, será nesta terça-feira (18), na sessão das 14 horas. Anteriormente, havia sido suspenso por um processo iniciado no Ministério Público de Contas, ainda no mês de junho. A análise do recurso ao processo de suspensão da privatização começou terceira-feira (11) com o voto do conselheiro relator, Cézar Miola, mantendo sua posição e mantendo o voto de suspensão do edital. O conselheiro Alexandre Postal votou a favor do recurso da prefeitura e a conselheira Heloísa Piccinini pediu vistas ao processo.
Os mercadeiros e uma parcela significativa da comunidade já se manifestaram contra a privatização. Porém, apesar da suspensão, a prefeitura recebeu, no dia 31 de julho, duas propostas dos interessados, mas não abriu os envelopes. Os mercadeiros, cuja associação já administrou o Mercado Público, temem que os aluguéis sejam elevados e inviabilizem o seu negócio.
A comunidade religiosa de matriz africana também é contrária à privatização e defende o ponto do Bará do Mercado que fica no centro das lojas. Eles entendem que o Mercado Público de Porto Alegre, com seus 150 anos, é patrimônio imaterial da cidade e do estado.
Para a deputada estadual Sofia Cavedon (PT), que é contra a privatização do Mercado Público, a manifestação ocorreu para ressaltar a importância de manter o tradicional espaço para a Capital e para o estado. "Aqui temos nossa referência de gaúchos e gaúchas, temos a cultura popular, a alimentação saudável, a flora e muitos outros serviços e não queremos perder esse potencial para ter mais um shopping na cidade", destaca a parlamentar.
Os mercadeiros disponibilizaram uma pesquisa para ouvir à população, disponível aqui.
Edição: Marcelo Ferreira