Rio Grande do Sul

SOLIDARIEDADE

Papa elogia assentados por dividirem seu alimento com os pobres da periferia

"Desejamos que este gesto de vocês se multiplique e anime outras pessoas e grupos a fazerem o mesmo”, diz a carta

Brasil de Fato | Porto Alegre |
O líder da Igreja Católica Papa ressaltou que o apoio é essencial pois a pandemia traz muita dor e sofrimento, sobretudo aos mais pobres e excluídos - Franco Origlia

“Queremos manifestar a nossa alegria pelo gesto bonito de distribuição de alimentos que as famílias da Reforma Agrária no Brasil estão realizando nestes tempos da Covid-19”. Assim começa a mensagem que o Papa Francisco enviou aos agricultores assentados de todo o Brasil. Assinada pelo cardeal Michael Czerny, seu ministro para assuntos dos movimentos populares, a carta acentua que “partilhar os produtos da terra para ajudar as famílias necessitadas das periferias das cidades é um sinal do Reino de Deus que gera solidariedade e comunhão fraterna”.

No documento, o Papa pede a Deus que “derrame sua bênção sobre os produtos que vocês estão partilhando e que Ele abençoe também a todas as famílias que doaram e aquelas que vão receber os alimentos”.

“A partilha transforma a sociedade”

Francisco lembrou uma passagem da vida de Jesus Cristo para enfatizar a importância do olhar solidário aos mais desfavorecidos. “Quando Jesus viu as multidões famintas encheu-se de compaixão e multiplicou os pães para saciar a fome do povo. Todos se alimentaram e ainda houve sobras.”

Observou que “a partilha produz vida, cria laços fraternos, transforma a sociedade. Desejamos que este gesto de vocês se multiplique e anime outras pessoas e grupos a fazerem o mesmo”. E salientou: “Deus ama a quem dá com alegria”, passagem mencionada na Bíblia em Coríntios.

O Papa ressaltou que o apoio é essencial pois a pandemia “traz muita dor e sofrimento em todo o mundo, sobretudo às pessoas mais pobres e excluídas”.

Dia do Agricultor

O texto recorda que o 25 de Julho é o Dia do Agricultor e pede “que o nosso Bom Deus proteja e abençoe todas as famílias que trabalham na terra e lutam pela partilha da terra e pelo cuidado de nossa casa comum!” E acrescentou: “que o Espírito Santo vos proteja do vírus da Covid-19, vos dê coragem e esperança neste tempo de isolamento social!”

O 25 de Julho registrará atos simbólicos, distribuição de alimentos e atividades da juventude em todo o país. Desde o começo da pandemia, movimentos sociais ligados à terra e também das cidades organizaram mutirões de distribuição de milhares de marmitas, cestas básicas e produtos provenientes da agricultura camponesa e familiar nas grandes periferias urbanas.

Edição: Marcelo Ferreira