Com 5.104 casos confirmados de covid-19 e 188 vítimas fatais, no início da tarde desta quinta-feira (16), a capital gaúcha é o epicentro da pandemia causada pelo novo coronavírus no Estado do Rio Grande do Sul. O agravamento da doença reflete no sistema de saúde de Porto Alegre, que está com 84,7% dos leitos hospitalares ocupados. Para se ter uma ideia da situação, no início de junho, cerca de 40 leitos de UTI estavam ocupados por pacientes com covid. Desde o início de julho, são mais de 200. Frente a esse cenário, nessa quarta-feira (15), a prefeitura do município, com intuito de conter a proliferação, começou a testagem, na rede pública, de pessoas que moram com quem tem ou já teve covid-19 e estejam assintomáticas. 

Esta é a sétima fase de ampliação da testagem na capital. Ainda esse mês pessoas que tiveram contato com casos confirmados no ambiente de trabalho também serão testadas. O anúncio foi feito no mesmo dia em que entidades e profissionais ligados à área fizeram um ato frente ao Hospital de Clínicas cobrando novas testagens, após redução dos testes para trabalhadores da área da Saúde. 

"Vamos avançar no rastreamento de contatos familiares, mesmo que não tenham sintomas. Já havíamos ampliado a testagem para profissionais da linha de frente, idosos em casas geriátricas e toda a população com sintomas gripais. São medidas pra mitigar a cadeia de transmissão", afirmou o prefeito Nelson Marchezan Júnior, em uma live nessa quarta-feira, ao fazer o anúncio. Participaram da transmissão o secretário municipal de Saúde, Pablo Sturmer, e o adjunto, Natan Katz.

De acordo com Katz, a ideia é interromper a cadeia de transmissão do vírus na cidade. “De alguma forma vamos começar a atuar na cadeia de transmissão das pessoas que talvez tenham sintomas nos próximos dias ou talvez nem manifestem sintomas”, apontou.  Também ressaltou que é essencial que as pessoas que residam com casos confirmados permaneçam em casa por 14 dias a partir do início do sintoma do familiar. “Se iniciar sintomas, o familiar deve procurar uma unidade de saúde ou tenda para encaminhar a coleta do exame RT-PCR; em caso de ser assintomática, a pessoa deve procurar atendimento após 14 dias de isolamento”, explicou.

Postos de atendimento

Os testes poderão ser feitos 20 dias após a confirmação do primeiro caso no núcleo familiar. Para ter acesso, a população deve procurar os postos de saúde ou as seis tendas de atendimento de casos suspeitos da covid-19, localizadas próximo aos pronto-atendimentos Bom Jesus, Cruzeiro do Sul e Lomba do Pinheiro e aos hospitais Restinga Extremo-Sul e Vila Nova, além do Grupo Hospitalar Conceição. 

O teste é do tipo PCR, de maior precisão e cujo resultado mostra positivo enquanto a pessoa ainda está transmitindo o vírus. Desta forma, caso haja o diagnóstico para covid-19, o distanciamento social pode ser iniciado de forma imediata. 

Para realizar o teste é necessário levar o CPF ou o cartão SUS do familiar ou da pessoa que vive na mesma casa e teve a doença confirmada e informar a data de início de sintomas do familiar que testou positivo.

Atualmente, a prefeitura trabalha com capacidade técnica de analisar até 650 testes por dia de PCR, número superior ao padrão de testagem da Coréia do Sul, referência mundial contra o coronavírus. 

Ao apresentar o cronograma de ampliação do programa de testagem, Katz pontuou que a prefeitura aumentou em três vezes a testagem da população com teste RT-PCR. De acordo com dados apresentados na transmissão digital, entre 8 e 15 de junho, 604 pessoas foram testadas; o número saltou para 1.839 entre os dias 29 de junho e 5 de julho.

Fases dos testes na capital 

No início da pandemia, os testes estavam reservados somente a pessoas hospitalizadas e profissionais de saúde. Depois, passaram a ser aplicados em grupos acima de 60 anos, profissionais das forças de segurança e residentes em residenciais geriátricos. A ampliação para todos os sintomáticos teve início em 6 de maio.

*Com informações da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Matinal

Edição: Marcelo Ferreira