O consumo também pode ser uma prática solidária durante a pandemia do novo coronavírus, gerando renda e cidadania para aqueles trabalhadores e trabalhadoras mais atingidos pelas medidas de isolamento. Impossibilitados de fazer feiras e comercializar seus produtos, os mais de 80 coletivos que compõem a Rede Ubuntu preparam a 2ª Feira Virtual da Rede Ubuntu de Cooperação Solidária, que ocorre entre os dias 2 e 5 de julho.
Na feira virtual, que será realizada através do evento no Facebook, são oferecidos produtos da agricultura familiar, saudáveis e orgânicos, cestas básicas, alimentos prontos, itens como artesanato, produtos afro, serviços e brechós. São "produtos e serviços oferecidos com amor, cuidado e generosidade", com entrega gratuita em toda a Região Metropolitana de Porto Alegre, destaca a organização do evento.
“A ideia da Feira Virtual da Rede Ubuntu é que, através da solidariedade das pessoas, que a gente consuma da economia solidária. Nosso principal objetivo é a geração de renda nesse momento da pandemia”, afirma a secretária-executiva do Centro de Assessoria Multiprofissional (CAMP), Daniela Tolfo. Segundo ela, “são coletivos de base, sem muito recurso”, que encontraram nas redes sociais uma forma de superar o impedimento de feiras e comercializar seus produtos e serviços.
A Rede Ubuntu existe a dois anos, composta por grupos coletivos ligados a povos tradicionais de matriz africana, indígenas, quilombolas, pescadores, camponeses e da economia solidária do Rio Grande do Sul. Foi constituída a partir de um projeto do CAMP, em parceria com o Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (FONSAPOTMA), a partir de edital do governo federal. Iniciou em 2018, com atividades de formação e assessoria técnica através da metodologia da educação popular, construção de feiras locais, entre outras ações, e segue por mais dois anos, quando a Rede se tornará autônoma.
Edição: Marcelo Ferreira