“Em meio a esta pandemia sem precedentes na história moderna, há um grupo de profissionais da saúde de um pequeno país que proporcionou esperança e inspiração às pessoas de todo o mundo: os médicos (as) e enfermeiros (as) cubanos membros da Brigada Médica Henry Reeve, que agora trabalham em 21 países para combater a covid-19. Em reconhecimento a sua magnífica solidariedade e desinteresse, salvando vidas em perigo, solicitamos que lhes concedam o Prêmio Nobel da Paz.” Assim inicia a carta ao Comitê do Prêmio Nobel da Paz de 2021.
O movimento pela indicação da Brigada Médica começou em abril, na França, por iniciativa das organizações de solidariedade Cuba Linda e França-Cuba. No dia 13 de junho, já tinha recebido adesão de mais de 164 organizações de países, inclusive estadunidense, e de personalidades como Noam Chomsky, Alice Walker, Eve Ensler, o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, Ignacio Ramonet, João Pedro Stédile e o ex-presidente Rafael Correa.
Em 19 de setembro de 2005, o comandante Fidel Castro cria o Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastres e Graves Epidemias “Henry Reeve”. Ofereceu ao governo estadunidense, naquele ano, para enfrentar os graves danos humanos e materiais provocados pela passagem do furação Katrina, onde o então presidente George W. Bush não aceitou. “Nós demonstraremos que há respostas a muitas tragédias do planeta”, disse Fidel Castro no ato de criação da Brigada, agregando que “nós demonstraremos que o ser humano pode e deve ser melhor e demonstraremos o valor da ética e consciência. Nós oferecemos vidas.”
Desde sua concepção, os profissionais de saúde das brigadas médicas prestaram ajuda solidária em muitos países. Em 2014, teve a atuação da Brigada Henry Reeve em Serra Leoa, Guiné e Libéria no combate do Ebola e, no ano seguinte, a performance no terremoto no Nepal e da tempestade tropical Erika na Dominica.
Há dois anos, o Conselho Executivo da Organização Mundial de Saúde, OMS, outorgou à brigada médica “Henry Reeve” o Prêmio de Saúde Pública em memória ao Dr. Lee Jong Wook. É o reconhecimento ao trabalho da solidariedade cubana, que agora é expresso em contingente de profissionais da saúde que contribuem no enfrentamento da covid-19 em vários países pelo mundo.
No último dia 23, em uma mesa virtual, a Rede Internacional de Intelectuais, Artistas e Movimentos Sociais em Defesa da Humanidade (REDH-BRASIL) em conjunto com entidades de solidariedade nacional, lançou a Campanha pela indicação ao Nobel da Paz a Brigada Médica Cubana Henry Reeve, que contou com a presença de Leonardo Boff, Marilia Guimaraes, Jandira Fegali, Ana de Holanda, Marcello Guimaraes, Gabriela Ortega, Paula Franssinete, representando as entidades de solidariedade de todo o país, João Batista, Gilda Almeida de Souza, Renato Aroeira, Regina Zappa, Julia Carneiro, Anderson Clayton, Fernanda Guedes. Todos os presentes reiteraram o justo reconhecimento aos esforços altruístas dos membros da Brigada e o caráter internacionalista e solidário da ajuda cubana aos países que necessitam.
Neste momento, essa indicação tem um peso maior no momento que se contrapõe ao abjeto ataque do governo Trump, que procura difamar o trabalho das missões médicas cubanas. Nos últimos dias, por iniciativa de três senadores estadunidenses, há uma ameaça de sanções aos países que peçam ajuda médica a Cuba, numa caricata transgressão ao direito das nações de estabelecer convênios e acordos bilaterais.
A Associação Cultural José Martí do Rio Grande do Sul, neste momento, junta-se ao conjunto das entidades de solidariedade no Brasil e no mundo para apoiar a indicação ao Prêmio Nobel da Paz à brigada Médica “Henry Reeve”. Para acompanhar e angariar apoios públicos a campanha uma página nacional foi criada. Acesse a página: https://brigadasmedcuba.com/
Para assinar a petição francesa: https://www.cubanobel.org/assine_a_peticao
* Marajuara Azambuja é presidenta da Associação Cultural José Martí do Rio Grande do Sul (ACJM/RS)
Edição: Marcelo Ferreira