Rio Grande do Sul

NÚMEROS DA PANDEMIA

Rio Grande do Sul tem 744 novos casos de covid e 13 óbitos nas últimas 24 horas

Cenário brasileiro é alarmante, somando mais de 46 mil mortes e de 955 mil casos confirmados

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Porto Alegre e quatro regiões gaúchas apresentam alta taxa de lotação dos leitos de UTIs - Silvio Ávila

O Rio Grande do Sul registrou 13 óbitos nas últimas 24 horas, segundo boletim da Secretaria Estadual da Saúde (SES) divulgado na tarde desta quarta-feira (17). Já são 387 vítimas no estado desde o início da pandemia.

Em sua conta no Twitter, a SES informou que os novos óbitos são de residentes nos municípios de:

- Campo Bom (homem, 79 anos)

- Coqueiros do Sul (homem, 44 anos)

- Esmeralda (homem, 67 anos)

- Frederico Westphalen (mulher, 31 anos)

- Gravataí (mulher, 74 anos)

- Marau (homem, 60 anos)

- Novo Hamburgo (homem, 74 anos)

- Porto Alegre (mulher, 53 anos)

- Santa Maria (homem, 39 anos)

- Santa Maria (homem, 61 anos)

- Santana do Livramento (mulher, 35 anos)

- São Leopoldo (homem, 42 anos)

- São Sepé (homem, 79 anos)

O boletim informa ainda que foram registrados 744 novos casos de covid-19, elevando o total de casos confirmados no estado para 17.128. O número estimado recuperados é de 13.803 (81% dos casos) e o de pacientes com a doença ainda ativa é de 2.614 (15%). O novo coronavírus já infectou pessoas em 358 dos 497 municípios gaúchos.

:: Governo do estado ignorou avisos sobre riscos de afrouxar isolamento ::

Dos 1.979 leitos de UTI no estado, soma que compreende as redes pública e privada, 1.443 estão ocupados (72,9%), conforme monitoramento do governo estadual atualizado nesta quinta-feira (18). Desses, 243 estão em uso por pacientes com covid-19 confirmada (16,38%) e 116 com suspeita da doença ou outra Síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

Quando observado pela divisão das 20 regiões covid-19, quatro estão em alerta: Novo Hamburgo apresenta 96,1% dos leitos de UTI ocupados, Canoas tem lotação de 87,6%, Pelotas tem lotação de 85,2% e Capão da Canoa tem lotação de 80,4%. A região covid de Porto Alegre apresenta lotação de 77,1%.

:: Estamos dando pessoas de bandeja para o vírus infectar, afirma reitor da UFPel ::

Porto Alegre também preocupa

Já a cidade de Porto Alegre, conforme monitoramento da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), está com 82,52% dos leitos UTI ocupados. São 77 pacientes com covid-19 confirmada e 28 casos suspeitos. O cenário é preocupante e deve levar a um aumento das restrições das atividades econômicas na capital, conforme afirmou o prefeito Nelson Marchezan Junior (PSDB), em videoconferência realizada nesta quarta-feira (17).

"Não é um cenário de diminuir restrições, nem de manter como está, as projeções nos orientam para a ampliação das restrições, justamente para evitar o lockdown", afirmou o prefeito. A reunião contou com a participação de especialistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), direção do Hospital de Clínicas, Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul e equipe SMS.

Conforme informou a SMS, nesta quarta-feira (17), o número de casos confirmados da doença em Porto Alegre é de 2.445. Número acima do registrado pela SES, que aponta 1.611 casos na cidade. Ambos os levantamentos apontam 58 mortes em decorrência do novo coronavírus na capital.

Cenário alarmante no Brasil

De acordo com dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretarias de Saúde, os óbitos causados pelo coronavírus no Brasil somaram 46.510 entre terça (16) e quarta-feira (17). Em 24 horas foram reportadas 1.269 mortes. Pelo segundo dia consecutivo, o número de vítimas fatais ficou acima de 1,2 mil. Em três meses, desde a confirmação do primeiro falecimento causado pela doença no país, o crescimento segue em velocidade cada vez maior. 

Até agora não houve registro de queda em relação a períodos anteriores. O total de brasileiros infectados pela doença chega a 955.377. Desses, 32.188 foram confirmados no último dia. Na terça-feira, os registros diários alcançaram 34.918, recorde em 24 horas. Em todo o mundo, o Brasil fica atrás apenas dos Estados Unidos em números absolutos de casos e mortes.

A taxa de letalidade no país é de 4,9%. Os estados do Rio de Janeiro e de Pernambuco seguem com índices significativamente acima dessa média, com 9,4% e 8,4% respectivamente. Entre os estados com maior número absoluto de pessoas que testaram positivo e de mortes estão São Paulo (191.517 casos e 11.521 mortes), Rio de Janeiro (86.963 casos e 8.138 mortes), e Ceará (84.967 casos e 5.282 mortes).

OMS pede garantias de distanciamento social

Nesta quarta-feira (17), o diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou que o cenário brasileiro é muito severo, apesar de alguns indicativos de que a velocidade do avanço da pandemia pode diminuir. Para isso, no entanto, o país precisaria garantir condições para que a população adote medidas de distanciamento social. 

"Este é o momento de redobrar a cautela, pois já vimos em outros países que uma estabilização pode rapidamente se transformar em um aumento".

A taxa de contágio no país está 1,05. Isso é o mesmo que dizer que cada 100 pessoas doentes podem passar a doença para outros 105 indivíduos, relação que cresce a cada novo infectado. O patamar acima de 1 mostra que a transmissão no país está fora de controle.

Ensaio sobre a pandemia: estamos cegos e precisamos respirar

Covid vai aumentar a pobreza

Relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), aponta que a pandemia pode levar 83,4 milhões de pessoas à extrema pobreza em 2020 na América Latina e no Caribe. Outros 215 milhões de cidadãos, que já vivem em situação de pobreza, podem ter suas condições agravadas. 

Preocupação de Bolsonaro com o combate a fome é falsa

Segundo o documento, após sete anos de crescimento lento, a região enfrenta a possibilidade de PIB negativo em 2020. Com trabalhadores vulneráveis, preços altos, desemprego e queda na renda, outro problema pode ser agravado: a fome, que até 2018 já atingia 53,7 milhões na América Latina e no Caribe.

O que é coronavírus?

É uma extensa família de vírus causadores de doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem provocar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS), a crises mais graves, como a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.

Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

Como tirar dúvidas?

A Secretaria Estadual da Saúde recomenda à população e aos profissionais de saúde do RS que entrem em contato com a vigilância epidemiológica de seu município para esclarecimento de dúvidas. Nos horários que as repartições municipais não estiverem atendendo ao público, está disponível o telefone 150 - Disque Vigilância da SES. Questionamentos podem ser encaminhados também para o email [email protected].

Edição: Marcelo Ferreira