A CUT-RS distribuiu cestas básicas de alimentos orgânicos produzidos pela agricultura familiar, na manhã desta quarta-feira (10), para moradores do Quilombo do Machado, na zona norte de Porto Alegre, fortalecendo a ação solidária com os trabalhadores e as trabalhadoras vulneráveis durante a pandemia do coronavírus.
Localizado na Comunidade 7 de Setembro, ao lado do supermercado BIG, na Avenida Sertório, o quilombo abriga várias famílias negras, descendentes de escravos que se organizaram para se refugiar da perseguição dos “capitães do mato”, entre o período colonial até a abolição da escravatura, em 1888.
Segundo o líder comunitário e integrante da Frente Quilombola do Rio Grande do Sul, Luiz Rogério Machado, o Jamaica, as doações chegam em boa hora, uma vez que mais de 75% dos moradores estão sem emprego formal, desempregados ou sobrevivem de bicos.
“A situação já estava complicada antes da pandemia. Muita gente perdeu a pouca renda que tinha e, por isso, essas doações que estão chegando à comunidade são superimportantes. O pessoal da periferia, os indígenas e os quilombolas são os que mais sofrem com a pandemia. Quem deveria estar olhando por nós não está fazendo nada”, destacou Jamaica, ao ilustrar o descaso do poder público com as famílias carentes, sobretudo do prefeito Marchezan e do governador Eduardo Leite, ambos do PSDB.
O secretário-geral do Sindicato dos Servidores Federais do Rio Grande do Sul (SindiSerf-RS), Marizar de Melo, destacou a parceria da entidade com a CUT-RS e a importância de os funcionários públicos ajudarem a população da periferia enquanto a crise sanitária durar.
“Um pouco de solidariedade não faz mal a ninguém. Por isso, resolvi vir pessoalmente entregar essas doações e conferir um pouco da realidade da população quilombola gaúcha. Estamos juntos nesta campanha solidária e pretendemos não só doar alimentos, mas também trazer máscaras de proteção para os moradores”, frisou Marizar, que já foi vice-presidente da CUT-RS.
Solidariedade para quem mais perdeu renda na pandemia
Houve também entrega de doações de cestas nos bairros Humaitá, Partenon, Glória e na Vila Cruzeiro, incluindo a Pastoral do Menor, o Centro de Reciclagem As Anitas – Mulheres na Luta e a Associação Caminho das Águas, além de máscaras de proteção.
A campanha de solidariedade é realizada, desde o início de abril, em parceria com Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Sinpro-RS, ADUFRGS Sindical, Sindipetro-RS, Semapi-RS e Sindiserf-RS, com a finalidade de auxiliar as famílias mais expostas durante a pandemia.
Os alimentos, oriundos de dezenas de municípios gaúchos, são produzidos pela Rede Coop, que reúne 24 cooperativas da agricultura familiar. O transporte é feito pela Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas (Coomafitt), que prepara as cestas e faz a entrega nas entidades sindicais.
“Neste momento de pandemia, só a solidariedade pode levar alento a dezenas de famílias em situação de vulnerabilidade social. Bolsonaro é um genocida, esconde os números de casos de covid-19 e está se lixando para quem passa fome no Brasil”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
“O movimento sindical vem se mobilizando desde o começo da pandemia para proporcionar alimentos de qualidade para desempregados, trabalhadores informais e famílias que perderam suas fontes de renda durante a crise econômica, política e sanitária que assola o Brasil, agravada pelo desgoverno Bolsonaro, cujo afastamento não pode demorar. É uma questão de defesa da vida e do Brasil”, concluiu Amarildo.
* Com informações da CUT-RS
Edição: Marcelo Ferreira