A pandemia do novo coronavírus (covid-19), que até o momento já infectou mais de 550 mil pessoas e matou mais de 30 mil no Brasil, evidenciou o tamanho da crise econômica enfrentada pelo país. A falta de políticas públicas para o campo durante a pandemia marca ainda mais essa crise e coloca na conta dos mais vulneráveis o peso de uma política ultraneoliberal.
Diante disso, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lança o Plano Emergencial de Reforma Agrária Popular. No Rio Grande do Sul, ocorrerá uma live, nesta sexta-feira (5), às 11h30, na página do Facebook oficial do MST na região Sul, Mídia Sem Terra, para explanar as medidas propostas pelos assentados.
Foram convidados para participar do lançamento e debater o plano: Kelly Manfort, dirigente nacional do MST; Amarildo Cenci, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT); Fernanda Beheregaray Cabral, enfermeira e docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Leonardo Melgarejo, Movimento Ciência Cidadã (MCC); e Paulo Pimenta, deputado federal. O evento terá como mediadora Marciane Fischer da Rede Soberania e da Rádio Terra Livre.
O documento lista ações de proteção e produção que tem como objetivo garantir condições de vida digna para a população do campo, e destaca a crise ambiental que se relaciona à pandemia gerada pela exploração insustentável dos bens naturais.
De acordo com Salete Carollo, dirigente nacional do MST pelo RS, nenhuma política pública de prevenção foi aprovada pelo governo Bolsonaro para a população do campo. “Existem vários projetos de Reforma Agrária parados à disposição do presidente. Eles têm a capacidade de abrigar quase quatro mil famílias. Por que nada foi feito?”, questiona Salete.
Principais eixos do Plano Emergencial de Reforma Agrária
1. Terra e Trabalho:
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra entende que a garantia de terra e trabalho é fundamental para o alcance da igualdade no campo. Além disso, a desapropriação de latifúndios improdutivos em áreas próximas às cidades facilita a produção e assentamento de famílias das periferias da cidade.
2. Produção de alimentos saudáveis.
A produção de alimentos saudáveis no Brasil só será completa com a ampliação do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e com financiamento e difusão de máquinas agrícolas para a agricultura familiar e camponesa; além da liberação de linhas de crédito especial dos bancos públicos para financiamento de agroindústrias cooperativas para produção de alimentos e liberar fomento emergencial para os assentamentos, estimulando a produção.
3. Proteger a natureza, a água e a biodiversidade
O MST apoia e fomenta programas de massificação do plantio de árvores nativas e frutíferas em todo país, de acordo com o bioma. Nesse sentido, estimular as agroflorestas como forma de garantir diversidade e fartura de alimentos, aliada à multiplicação de florestas é um meio garantidor de produção de alimentos mesmo em meio à crise econômica.
4. Condições de vida digna no campo para todo povo
Por fim, lutamos pela garantia de acesso das famílias do campo e da cidade aos programas de assistência de moradia, trabalho, renda e educação e pelo fortalecimento do SUS, em todo país.
Esse programa de emergência exige medidas imediatas e vontade política dos governos para resolver os problemas de emprego, renda e alimentos, para todo povo. Ele é de emergência para enfrentar os problemas imediatamente.
O MST conclama a sociedade, os movimentos populares, sindicais, partidários, igrejas e setores comprometidos com a luta democrática, a defender a urgência da Reforma Agrária Popular e de um país justo, sem privilégios de classe e desigualdades sociais.
Serviço
O que? Lançamento do Plano Emergencial de Reforma Agrária
Quem? Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
Quando? 05 de junho, às 11 hrs 30 min
Onde? Live - Facebook Mídia Sem Terra e Rede Soberania
*Da Página do MST
Edição: Marcelo Ferreira