Nas últimas 24 horas, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou 13 óbitos pelo novo coronavirus no estado, em boletim divulgado no final da tarde desta terça-feira (2), registrando um total de 245 vítimas. Somam-se a essas ao menos mais cinco mortes que ainda não constam no levantamento estadual, já confirmadas pelos municípios de Canoas, Porto Alegre, São Leopoldo e Viadutos, elevando para 250 vítimas da covid-19 no RS.
Segundo a SES, os 13 óbitos foram em Camaquã (homem de 49 anos), Caxias do Sul (mulher de 97 anos), Novo Hamburgo (homem de 47 anos), Paverama (mulheres de 76 anos e 93 anos e homem de 87 anos), Passo Fundo (mulher de 53 anos), Porto Alegre (mulheres de 79 anos e 94 anos), Santo Ângelo (homem de 72 anos), São Gabriel (mulher de 59 anos), Tramandaí (homem de 82 anos) e Triunfo (homem de 68 anos).
O número de pacientes confirmados com o novo coronavírus no estado está próximo dos 10 mil e superou a marca dos 300 municípios. Nesta terça, a SES confirmou 443 novos casos, elevando para 9.919 o número de pacientes infectados. Desses, 7.918 pacientes já estão curados, enquanto 1.756 ainda seguem com a doença ativa. A covid-19 já foi confirmada em 302 municípios.
As cinco cidades mais atingidas são: Lajeado (1.329 casos e 19 óbitos), Passo Fundo (777 casos e 32 óbitos), Porto Alegre (747 casos e 39 óbitos), Bento Gonçalves (619 casos e 13 óbitos) e Garibaldi (378 casos e 4 óbitos). Vale lembrar que os números da capital seguem menores no levantamento estadual, já que a Secretaria Municipal da Saúde informou, também nesta terça, que já foram confirmados 1.315 casos na cidade.
RS puxa alta de casos
O Rio Grande do Sul foi o estado que registrou o crescimento mais alto do número de infectados confirmados na semana entre os dias 18 e 24 de maio, quando comparado com a semana anterior. A alta foi de 129,2%, conforme aponta levantamento realizado pelo UOL, que destaca que os três estados da região Sul juntos registraram uma alta de casos maior do que a média nacional.
Nas últimas semanas, atividades comerciais vem sendo liberadas na região. No Rio Grande do Sul, o governo Eduardo leite (PSDB) adota um modelo de Distanciamento Social Controlado, em que diferentes regiões do estado ficam liberadas a abrir setores comerciais conforme indicadores de casos e leitos de hospitais. Nesta terça-feira, a Sociedade Rio-grandense de Infectologia (SRGI) emitiu um documento criticando o modelo, destacando “incertezas e lacunas de informação epidemiológica para se flexibilizar medidas de isolamento”.
Brasil ultrapassa 31 mil mortes
O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira que já foram registradas 31.199 mortes no Brasil por causa do coronavírus. Em 24 horas, foram 1.262 óbitos. O número total de infectados é agora de 555.383 pessoas, com mais de 28 mil confirmações entre segunda (1) e terça-feira (2). Mais de quatro mil mortes seguem em investigação e 223.638 pessoas se recuperaram da doença.
São Paulo continua como o estado com mais infecções, com 118.295 casos. Na sequência estão Rio de Janeiro, que tem 56.732 casos e Ceará, com 53.073 infectados. Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, secretário-executivo substituto do Ministério da Saúde, Élcio Franco, foi perguntado sobre a posição da pasta frente aos planos de abertura regionais, que vem sendo divulgados por governadores e prefeitos.
Ele afirmou que as regiões Norte e Nordeste vêm registrando incidência maior da doença, mas esse cenário deve se deslocar para o centro sul do país. Élcio disse ainda que os estudos mostram tendência de interiorização dos casos e que o ministério pretende atuar para auxiliar no transporte para as capitais de pacientes que não puderem se tratar nas cidades do interior.
Segundo o secretário substituto, a posição do Ministério é de que o poder público de cada localidade deve observar a realidade da região para definir as ações.
Opas alerta
Em sessão virtual nesta terça-feira (2), o diretor de doenças infecciosas da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Marcos Espinal, ressaltou preocupação com o crescimento no número de cidades que registram a doença. Entre os dias 11 e 25 o índice aumentou em 170%. Segundo ele, as medidas de mitigação devem continuar sendo implementadas.
“É muito difícil afirmar que isso vai retroceder nas próximas semanas. Elas serão cruciais para o Brasil. Vai depender de como se implemente o pacote de medidas no país”. Ainda de acordo com Espinal, o número de testes realizados no Brasil ainda não é suficiente. O número de exames a cada 100 mil habitantes está abaixo de 500. Em outros países da região a quantidade de testes aplicados está acima de 2.500 a cada 100 mil pessoas.
O que é coronavírus?
É uma extensa família de vírus que podem causar doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS) a crises mais graves, como a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.
Como ajudar a quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
Como tirar dúvidas?
A Secretaria Estadual da Saúde recomenda à população e aos profissionais de saúde do RS que entrem em contato com a vigilância epidemiológica de seu município para esclarecimento de dúvidas. Nos horários que as repartições municipais não estiverem atendendo ao público, está disponível o telefone 150 - Disque Vigilância da SES. Questionamentos podem ser encaminhados também para o email [email protected].
Edição: Marcelo Ferreira