Este ano, a 5ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil teria sua principal atividade entre os dias 28 e 30 de maio, em Natal, no Rio Grande do Norte. Devido à pandemia, o ato que sempre ocupou as ruas ocupará as redes sociais. Em luta contra a pandemia e o governo de Bolsonaro, a Marcha fará neste sábado (30) um dia de mobilização nacional, com ações de solidariedade, debate ao vivo, cultura e outras atividades.
Além das lutas históricas, como a luta internacional pelo desmantelamento do modelo capitalista neoliberal, contra o machismo, o racismo, a violência contra as mulheres e o feminicídio, somam-se neste ano a luta contra a epidemia e o movimento #ForaBolsonaro. A transmissão ocorre nas redes sociais da Marcha Mundial das Mulheres: Instagram, YouTube e Facebook.
“Devido à pandemia do novo coronavírus, nós, que sempre estivemos nas ruas, precisamos estar em distanciamento social. Mas isso não significa que não estaremos organizadas e mobilizadas desde nossas casas, bairros, comunidades, roçados e redes em ações de solidariedade e denúncia ao governo de ultra direita, neoliberal e autoritário de Bolsonaro”, afirma a organização da Marcha.
De acordo com o movimento, com suas políticas antipovo, o governo Bolsonaro promove o desemprego, a fome, a miséria e o aumento da mortalidade da covid-19, priorizando o lucro das empresas em detrimento das vidas do povo. Nesse cenário, apontam, as mulheres estão na linha de frente em várias áreas, seja nos setores da saúde, do cuidado ou da alimentação.
Conforme aponta a organização, a América do Sul já é o novo epicentro da pandemia no mundo e o Brasil é o país mais afetado, tendo o maior número de mortes diárias do continente. “Aqui, estamos enfrentando não apenas uma crise sanitária, mas um agravamento de uma crise política e social que ganha mais força com o governo Bolsonaro e que está fazendo com que vidas sejam perdidas em todo o território nacional. Estamos fazendo pressão por políticas de proteção social e pelo fim desse governo genocida.”.
Ações de solidariedade
“É necessário que existam condições para que as pessoas se protejam e possam seguir as recomendações de distanciamento social. Precisamos de políticas que possibilitem a garantia de renda, acesso a saúde pública, moradia, alimentação de qualidade, saneamento, água limpa, entre outros comuns necessários para a sustentabilidade da vida”, afirma o movimento.
Tendo isso em vista, pela manhã terá início as ações de campanhas de solidariedade em comunidades de todo país. Serão feitas doações de alimentos, materiais de higiene e máscaras. Em Porto Alegre, as ações beneficiam a Ocupação Baronesa e Ocupação Zumbi dos Palmares. O movimento também conta iniciativas solidárias junto a mulheres nos municípios de Farroupilha, Alvorada, Bagé e São Leopoldo.
Às 13h, haverá o tuitaço #MarchaEmAção2020 e #ForaBolsonaro. Das 14h às 16h, um debate nacional irá colocar as resistências e alternativas feministas para enfrentar este contexto. A partir das 16h, a Marcha se incorpora às atividades do Mutirão Lula Livre.
Edição: Marcelo Ferreira