O presidente Jair Bolsonaro esteve em Porto Alegre nesta quinta-feira (30) para a cerimônia de posse do novo chefe do Comando Militar do Sul, Valério Stumpf Trindade. Ignorando as orientações em vigor na Capital para evitar aglomerações, dezenas de apoiadores de Bolsonaro se reuniram à espera do presidente, que não se dirigiu ao público. Nas imediações do Comando, na rua dos Andradas, um panelaço ecoou junto a gritos de “fora, Bolsonaro”, “assassino” e “miliciano”.
Além de Bolsonaro, vieram a Porto Alegre para a cerimônia o vice, general Hamilton Mourão, e o comandante do Exército, Edson Leal Pujol. Trindade substitui o general Antonio Miotto, que ocupava o cargo desde 2018 e agora vai para a reserva.
Tudo que os apoiadores reunidos no centro da Capital conseguiram foi um aceno de Bolsonaro. Ao deixarem as imediações do Comando, depois que o presidente já havia partido, eles foram alvo de um panelaço ainda mais intenso na rua dos Andradas. Enquanto caminhavam, das janelas moradores e trabalhadores das imediações batiam panela e gritavam “gado”, entre outros xingamentos.
“E daí?”
O país já tem cerca de 5.500 mortes confirmadas pelo novo coronavírus e o número de infectados se aproxima rapidamente dos 80 mil. Desde o início da epidemia, o presidente vem minimizando a situação, tratada como uma “gripezinha”, o que tem provocado panelaços frequentes em todo o país. No episódio mais recente, na última terça-feira (28), ao ouvir de uma jornalista na porta do Palácio do Alvorada que o país tinha ultrapassado a China em número de mortos por covid-19, o presidente respondeu: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.
Edição: Sul 21