O Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, que ocorre nesta terça-feira, 28 de abril, vai chamar a atenção da sociedade, dos patrões e dos governos, de modo especial para os profissionais da saúde que estão adoecendo e morrendo por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e trabalhadores de diversas áreas de serviços de apoio no combate ao vírus.
Uma das vítimas foi a técnica em enfermagem do Grupo Hospital Conceição (GHC), Mara Rúbia Silva Cáceres, de 44 anos, que faleceu no último dia 8 de abril, em Porto Alegre. Foi o primeiro óbito por Covid-19 na região Sul do Brasil.
A data será marcada na capital gaúcha com a realização de uma live, às 16h, pelo Fórum Sindical de Saúde do Trabalhador (FSST), integrado pela CUT-RS e vários sindicatos filiados, sobre o tema “Os trabalhadores da Saúde em tempos de Covid-19”.
Participam o coordenador do FSST e secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-RS, Alfredo Gonçalves, a diretora de Saúde do Trabalhador do Sindicato dos Enfermeiros do RS, Inara Ruas, o diretor de Saúde do Sindipolo, Gerson Cardoso, o médico e professor da Universidade de São Paulo (USP), Ivan França Júnior, e o vice-presidente do Instituto do Trabalho Digno, Luiz Alfredo Scienza. A mediação será feita pela diretora executiva da CUT-RS e de Saúde e Relações de Trabalho do Sintrajufe/RS, Mara Weber.
“Muito mais do que aplausos, os profissionais da saúde merecem cuidados especiais porque se arriscam diariamente para salvar as nossas vidas, muitas vezes sem os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e sem condições seguras de trabalho e higiene”, destaca Alfredo. "Quem salva vidas não pode morrer."
"Exigimos também o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e a revogação da chamada lei do teto dos gastos, a Emenda Constitucional nº 95/2016, dentre outras medidas", salienta.
A live será transmitida nas páginas da CUT-RS, CTB-RS, FSST e Sintrajufe-RS no Facebook.
Quem salva vidas não pode morrer
A CUT Nacional promoveu também uma live, às 14h, sobre o tema “Covid-19 como doença do trabalho: prevenção e direitos trabalhistas e previdenciários”, com a participação da secretária nacional de Saúde do Trabalhador da CUT, Madalena Margarida da Silva, do presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, o Peixe, do representante da Associação Brasileira de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (ABRASTT), René Mendes, e da advogada Luciana Lucena Baptista.
A origem desta data remonta ao ano de 1969, quando ocorreu uma explosão em uma mina da cidade de Farmington, no estado de Virginia, nos Estados Unidos. O acidente vitimou 78 mineiros. A partir de então, 28 de abril passou a ser considerado o dia em memória das vítimas pelas más condições de trabalho.
O dia foi instituído em 2003 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e no Brasil pela lei federal nº 11.121, de 2005, durante o governo Lula.
Mais de 2,8 milhões de pessoas por ano morrem em decorrência de acidentes de trabalho no mundo, de acordo com relatório da OIT de 2019. São aproximadamente 6,5 mil mortes por dia. Além disso, segundo o mesmo documento, cerca de 374 milhões de trabalhadoras e trabalhadores ficam feridos ou doentes devido a suas atividades laborais.
*com informações da CUT - RS
Edição: Marcelo Ferreira