Rio Grande do Sul

Ação Solidária

CUT-RS defende a continuidade do isolamento social 

Frente a flexibilização no estado, a Central, junto com outras entidades, reforça suas ações solidárias 

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Desde o início da campanha de solidariedade, já foram entregues mais de oito toneladas de alimentos saudáveis, assim como máscaras de algodão orgânico e reutilizáveis - Marcus Perez / CUT-RS

Na semana que o estado registra 970 casos de contaminação, em 103 municípios, a Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS) se manifesta pela continuidade do isolamento social contra a pandemia do novo coronavírus (covid-19).  Além disso, mantém a distribuição de cestas básicas de alimentos, em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Privado do RS (Sinpro-RS), o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários) e a Adufrgs Sindical, para auxiliar as famílias vulneráveis na periferia da capital gaúcha

“O que tem reduzido o número de infectados e de mortos em vários países é o cumprimento das recomendações sanitárias da Organização Mundial de Saúde (OMS), como lavar as mãos com sabão, ficar em casa e proteger a vida dos profissionais de saúde e dos trabalhadores em serviços essenciais”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci. 

Do total de pacientes confirmados para covid-19 no Rio Grande do Sul, 677 já estão recuperados e 264 ainda estão com a doença ativa, com um total de 29 mortes, segundo dados que a Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgou em seu último boletim. Mesmo assim, diversas cidades gaúchas estão flexibilizando as medidas de isolamento e o governador Eduardo Leite defende implantar um distanciamento controlado a partir de maio no estado.

Para Amarildo o governador e os prefeitos não podem ceder às carreatas de empresários irresponsáveis, que pressionam para acabar com as restrições impostas e voltar à normalidade. “Não chegamos ao ‘pico’ da pandemia no Brasil e ainda temos que enfrentar aqui o frio do inverno gaúcho que se aproxima”, destacou o presidente. 

Ações de solidariedade prosseguem

Nesta quarta (22), a CUT-RS promoveu a distribuição de 90 cestas básicas nos bairros Vila Safira, Humaitá, Cruzeiro e Partenon, na Ocupação 21 de abril, no bairro Sarandi e na Associação Socioambiental Irmão Antonio Cecchin, no bairro Navegantes.

De acordo com a Central, desde o início da campanha de solidariedade, já foram entregues mais de oito toneladas de alimentos saudáveis produzidos pela Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas (Coomafitt). Além de  distribuição de máscaras de algodão orgânico e reutilizáveis, que foram confeccionadas pela Cooperativa de Costureiras Unidas Venceremos (Univens), do bairro Sarandi.


A mais recente ação distribuiu 90 cestas básicas em comunidades de Porto Alegre / Marcus Perez (CUT-RS)

"Seguimos trabalhando, porém com dificuldades para vender os materiais recicláveis. Por isso, essas doações vieram em boa hora. Estamos sobrevivendo graças às cestas básicas doadas pela CUT e pelos sindicatos. Se não fosse essa ajuda, a nossa situação seria de desespero", relatou a coordenadora do Centro de Reciclagem Codesc, no bairro Humaitá, Roseli Maria Nunes. 

Conforme pontua a diretora do Sinpro-RS, Margot Andras, no momento em que o governo Bolsonaro se omite das suas responsabilidades, que é cuidar da população, principalmente aquela com subemprego e que depende da roda do mercado em movimento, os movimentos sociais estão fazendo o possível para ajudar. “A fim de que as famílias vulneráveis não sofram ainda mais, para que tenham pelo menos alimento na mesa e, com isso, estejam fortes para enfrentar o que vem pela frente”, apontou. 

"Temos de parabenizar os catadores pelo trabalho fundamental que fazem, especialmente no combate à poluição e à preservação do meio ambiente. Sabemos que o momento é de dificuldade e que, no fundo, a responsabilidade de ajudar a população carente compete ao poder público, mas, como nós podemos e queremos, vamos ajudar sempre que possível", reforçou o vice-presidente da CUT-RS e presidente do SindBancários, Everton Gimenis.

"Queremos levar alimentos saudáveis das propriedades rurais e das cooperativas para as mãos de quem trabalha. Se não fosse a campanha de solidariedade que estamos desenvolvendo, em conjunto com outras entidades sindicais e a CUT-RS, esses alimentos estariam parados, estocados em centros de distribuição da agricultura familiar, ou ainda nas propriedades, em razão do fechamento dos tradicionais canais de comercialização da agricultura familiar, em especial a merenda escolar e as feiras locais", afirmou o diretor da Adufrgs Sindical, Jairo Bolter.


*com informações da CUT - RS

Edição: Marcelo Ferreira