Na semana que o estado registra 970 casos de contaminação, em 103 municípios, a Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS) se manifesta pela continuidade do isolamento social contra a pandemia do novo coronavírus (covid-19). Além disso, mantém a distribuição de cestas básicas de alimentos, em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Privado do RS (Sinpro-RS), o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários) e a Adufrgs Sindical, para auxiliar as famílias vulneráveis na periferia da capital gaúcha
“O que tem reduzido o número de infectados e de mortos em vários países é o cumprimento das recomendações sanitárias da Organização Mundial de Saúde (OMS), como lavar as mãos com sabão, ficar em casa e proteger a vida dos profissionais de saúde e dos trabalhadores em serviços essenciais”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
Do total de pacientes confirmados para covid-19 no Rio Grande do Sul, 677 já estão recuperados e 264 ainda estão com a doença ativa, com um total de 29 mortes, segundo dados que a Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgou em seu último boletim. Mesmo assim, diversas cidades gaúchas estão flexibilizando as medidas de isolamento e o governador Eduardo Leite defende implantar um distanciamento controlado a partir de maio no estado.
Para Amarildo o governador e os prefeitos não podem ceder às carreatas de empresários irresponsáveis, que pressionam para acabar com as restrições impostas e voltar à normalidade. “Não chegamos ao ‘pico’ da pandemia no Brasil e ainda temos que enfrentar aqui o frio do inverno gaúcho que se aproxima”, destacou o presidente.
Ações de solidariedade prosseguem
Nesta quarta (22), a CUT-RS promoveu a distribuição de 90 cestas básicas nos bairros Vila Safira, Humaitá, Cruzeiro e Partenon, na Ocupação 21 de abril, no bairro Sarandi e na Associação Socioambiental Irmão Antonio Cecchin, no bairro Navegantes.
De acordo com a Central, desde o início da campanha de solidariedade, já foram entregues mais de oito toneladas de alimentos saudáveis produzidos pela Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas (Coomafitt). Além de distribuição de máscaras de algodão orgânico e reutilizáveis, que foram confeccionadas pela Cooperativa de Costureiras Unidas Venceremos (Univens), do bairro Sarandi.
"Seguimos trabalhando, porém com dificuldades para vender os materiais recicláveis. Por isso, essas doações vieram em boa hora. Estamos sobrevivendo graças às cestas básicas doadas pela CUT e pelos sindicatos. Se não fosse essa ajuda, a nossa situação seria de desespero", relatou a coordenadora do Centro de Reciclagem Codesc, no bairro Humaitá, Roseli Maria Nunes.
Conforme pontua a diretora do Sinpro-RS, Margot Andras, no momento em que o governo Bolsonaro se omite das suas responsabilidades, que é cuidar da população, principalmente aquela com subemprego e que depende da roda do mercado em movimento, os movimentos sociais estão fazendo o possível para ajudar. “A fim de que as famílias vulneráveis não sofram ainda mais, para que tenham pelo menos alimento na mesa e, com isso, estejam fortes para enfrentar o que vem pela frente”, apontou.
"Temos de parabenizar os catadores pelo trabalho fundamental que fazem, especialmente no combate à poluição e à preservação do meio ambiente. Sabemos que o momento é de dificuldade e que, no fundo, a responsabilidade de ajudar a população carente compete ao poder público, mas, como nós podemos e queremos, vamos ajudar sempre que possível", reforçou o vice-presidente da CUT-RS e presidente do SindBancários, Everton Gimenis.
"Queremos levar alimentos saudáveis das propriedades rurais e das cooperativas para as mãos de quem trabalha. Se não fosse a campanha de solidariedade que estamos desenvolvendo, em conjunto com outras entidades sindicais e a CUT-RS, esses alimentos estariam parados, estocados em centros de distribuição da agricultura familiar, ou ainda nas propriedades, em razão do fechamento dos tradicionais canais de comercialização da agricultura familiar, em especial a merenda escolar e as feiras locais", afirmou o diretor da Adufrgs Sindical, Jairo Bolter.
*com informações da CUT - RS
Edição: Marcelo Ferreira