Rio Grande do Sul

POVOS INDÍGENAS

Campanha de solidariedade leva ajuda às aldeias guaranis atingidas pela Mina Guaíba

Em isolamento por conta da pandemia, indígenas das aldeias mbya-guarani Guajayvi e Pekuruty estão sem fonte de renda

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Iniciativa é da Associação Amigos do Meio Ambiente de Guaíba, em parceria com 34º Núcleo do CPERS - Reprodução

Neste momento em que se agravam diversas crises (política, econômica, ambiental, epidemiológica), mais do que nunca, é preciso solidariedade e engajamento em iniciativas de apoio às populações mais vulneráveis, do campo e da cidade, para que resistam a este período. Pensando nisso, a Associação Amigos do Meio Ambiente de Guaíba (AMA), em parceria com 34º Núcleo do CPERS (Guaíba), está com uma campanha de apoio às aldeias mbya-guarani Guajayvi e Pekuruty. Localizadas na região metropolitana de Porto Alegre, além da pandemia em curso, ambas estão sendo impactadas pelo projeto Mina Guaíba.

Na aldeia Tekoa Guajayvi, localizada em Charqueadas (RS), vivem 17 famílias, com cerca de 65 pessoas. Na Tekoa Pekuruty, localizada em Eldorado do Sul, vivem 5 famílias, cerca de 20 pessoas. Ambas estão seguindo as orientações de isolamento para protegerem-se e colaborarem com o combate ao contágio do covid-19. Dessa forma, sua principal renda, obtida pela venda do artesanato, está severamente comprometida, trazendo a ameaça da fome.

Conforme os próprios estudos da empresa Copelmi, responsável pela Mina Guaíba, a poluição atmosférica da mina iria piorar a qualidade do ar nas aldeias, além dos potenciais impactos de poluição sonora, à água, solo, flora e fauna. A aldeia Pekuruty localiza-se à cerca de 7 km da cava da mina, projetada para ser a maior mina de carvão a céu aberto da América Latina, e a aldeia Guajayvi fica a apenas 1 km. No último ano, esta última sofreu ameaças, inclusive à mão armada, ainda sem qualquer explicação.

A AMA, em sua campanha, lembra que as aldeias foram completamente ignoradas nos estudos de impacto ambiental, e a empresa tem violado o direito destas comunidades a uma consulta prévia livre e informada a cerca do projeto, garantido pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho sobre os Povos Indígenas e Tribais, do qual o Brasil é signatário. A luta é para que suas vozes sejam de fato ouvidas e levadas em consideração, e para que as comunidades possam seguir prosperando na construção de seus modos de vida.

“Considerando este cenário, entendemos como fundamental colaborarmos com o fortalecimento destes territórios e, neste momento, com o apoio para garantir sua segurança alimentar. Neste sentido, dando continuidade ao trabalho das professoras e professores do 34º Núcleo do CPERS (Guaíba), lançamos a campanha de apoio às aldeias Guajayvi e Pekuruty”, diz a campanha.

Como contribuir

Para colaborar, você pode contribuir com qualquer quantia em dinheiro através da conta da AMA Guaíba:

Banco Banrisul (041)

Ag.: 0219

CC.: 06.041073.0-5

CNPJ: 94067824/0001-22

Os valores recolhidos serão revertidos em alimentos e outros itens conforme as demandas das comunidades, e entregues pelos professores das escolas indígenas. Prestaremos contas a cada leva de entregas.

Edição: Marcelo Ferreira