Rio Grande do Sul

Coronavírus

Comitê Popular diz que disputa agora é entre as vidas e o mercado

Integrado por movimentos sociais e centrais sindicais, grupo recém constituído apresenta uma série de recomendações

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Entre as propostas estão a taxação de grandes fortunas e revogação do teto de gastos para aportar recursos ao combate do coronavírus - Foto: Katia Marko

Garantia dos salários e dos empregos públicos e privados durante todo período da pandemia e pagamento imediato da renda básica, assegurando o isolamento social, são duas das nove medidas emergenciais reivindicadas pelo recém constituído Comitê Popular em Defesa do Povo Contra o Coronavírus. Suprapartidário, integrado por movimentos sociais e centrais sindicais do Rio Grande do Sul, defende a manutenção do isolamento social e a entrega de equipamentos de proteção individual (EPIs) aos trabalhadores dos serviços essenciais como saúde, assistência social, limpeza urbana, comércio de alimentos, abastecimento de água, luz, combustíveis, transportes público e de carga.

Também pede a distribuição de cestas básicas e a retomada da aquisição direta de alimentos da agricultura familiar e das cooperativas. Defende o fortalecimento do SUS para que o sistema dê conta das internações previstas - hospital de campanha, respiradores, mais profissionais, clareza de informações e a garantia de acesso à água potável, luz e gás sem custos nas comunidades. E ainda o controle social sobre os gastos públicos e a distribuição de alimentos, além da higienização dos espaços públicos e dos veículos de transporte coletivo.

Taxação das grandes fortunas

“Neste momento de crise, contrariando as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Ministério e do Conselho Nacional de Saúde, o presidente Bolsonaro toma atitudes criminosas visando favorecer empresas e empresários”, critica em seu manifesto de lançamento. E prossegue: “a disputa está colocada: vidas x mercado, solidariedade x individualismo, unidade na luta contra o coronavírus, ou uma montanha de brasileiros (as) mortos (as) sem acesso à saúde, comida, higienização e à proteção necessária para combater essa pandemia”. Propõe a taxação das grandes empresas e grandes fortunas e a revogação da chamada PEC da Morte, a emenda constitucional 95, que restringiu brutalmente a aplicação de recursos na saúde e educação.

Para o comitê, os governos estadual e municipal têm tomado “medidas insuficientes” em favor da obtenção de equipamentos para o pessoal que atua nos serviços essenciais. Sugere a atuação conjunta das três esferas governamentais, com recursos financeiros e humanos, para assegurar a saúde e os empregos da população mais vulnerável.

Edição: Marcelo Ferreira