Nesta segunda-feira (09), ocorre uma audiência no Fórum Central de Porto Alegre que vai iniciar a reta final do processo contra seis ativistas que estão sendo criminalizados por participar da organização do Bloco de Lutas pelo Transporte Público, um dos movimentos que iniciaram os protestos de junho de 2013 na cidade. São eles Alfeu Neto, Matheus Gomes, Gilian Cidade, Vicente Mertz, Lucas Maróstica e Rodrigo Brizola.
Após investigação da Polícia Civil comanda pelo Delegado Marco Antônio Duarte, os seis ativistas foram indiciados pelo Ministério Público por formação de organização criminosa para a prática de roubos, agressões, depredação do patrimônio público e uso de explosivos e as penas somadas podem chegar a mais de 20 anos de prisão.
Segundo Matheus Gomes, que em 2013 era coordenador-geral do DCE da UFRGS e hoje é servidor do IBGE e membro da executiva estadual do PSOL, "os quase sete anos de investigação não foram suficientes para comprovar a participação de nenhum dos ativistas em qualquer ação criminosa. É nítido que o objetivo desse processo é criminalizar os movimentos sociais, transformar agentes políticos que propuseram alternativas para o caos do transporte público em criminosos".
Matheus e os outros ativistas organizam a campanha "Os seis de Porto Alegre são inocentes", que já produziu um mini-documentário, coletou assinaturas em abaixo-assinado, promoveu atos públicos e conta com o apoio de centenas de lideranças políticas e organizações dos movimentos sociais de todo o Brasil.
A audiência será na 9ª Vara Criminal a partir das 14h e será presidida pela juíza Eda Salete Zanatta de Miranda. Serão ouvidas as testemunhas de defesa, entre elas figuras públicas com trajetória e histórica atuação na defesa de direitos humanos e das liberdades democráticas, como o ex-governador e ministro da Justiça Tarso Genro, a deputada federal Fernanda Melchiona (PSOL), o ex-deputado estadual Pedro Ruas (PSOL), Vera Guasso (PSOL), Julio Flores (PSTU), entre outros.
Edição: Marcelo Ferreira