Esse Carioca não é humorista, no máximo é bobo da corte.
Estranhos tempos em que até as piadas nos entristecem.
Eu ficaria muito decepcionado se me vendessem a lucidez e depois me entregassem um hospício.
Se o Brasil fosse uma letra seria a Comic Sans.
O presidente não falará nenhuma besteira hoje. A agenda já está cheia.
“Não queremos comemorar 1964. Apenas rememorar algumas práticas do Torquemada.”
Escrita criativa mesmo é fazer o Imposto de Renda e não cair na malha fina.
A economia brasileira vai de vento em proa.
Olhe à sua volta. Viu como é tudo uma ilusão de ética?
A situação no picadeiro estava feia. Além do circo pegar fogo, ainda descobriram que a mulher-barbada era um hipster.
Somos uma república das bananas que virou um abacaxi azedo feito limão.
Placa na entrada da sala do presidente da república: “entre sem debater”.
A arte brutalista é a única que receberá apoio da Secretaria da Cultura.
Se Deus for brasileiro deve estar morrendo de vergonha.
Não teve ditadura: anistia ampla, geral e irrestrita foi só o nome de um show do Benito de Paula.
Ou restaure-se o dólar ou depauperemo-nos todos!
Edição: Katia Marko