“O bem viver no campo e na cidade” foi o tema da 43ª edição da Romaria da Terra do Rio Grande do Sul. Realizada na terça-feira de Carnaval (26), reuniu cerca de 10 mil romeiros e romeiras, vindos de vários cantos do estado, no município de Mormaço.
A realização da Romaria da Terra é um dos compromissos comuns permanentes das 18 Dioceses do Rio Grande do Sul, que integram o Regional Sul 3 da CNBB e acontece desde 1978. Ela acontece todos os anos, na terça-feira de carnaval, em que milhares de romeiros e romeiras vindos de diferentes lugares se encontram para relembrar e celebrar os mártires da terra que tombaram defendendo a vida do povo empobrecido. Com Sepé Tiaraju, motivador das romarias, defensor dos povos indígenas, busca-se lembrar que esse dia será um momento de restabelecer as forças na luta por justiça e igualdade.
Ainda era madrugada quando os primeiros romeiros começaram a chegar na Comunidade São João dos Prólos, ponto de partida da caminhada no município de Mormaço. No local, havia um reforçado café da manhã para quem chegava. Após um momento de oração e espiritualidade foram feitos os pronunciamentos e uma retomada da história da romaria da terra. Em seguida, a caminhada de 2,7 km até o parque municipal.
Bispos e padres do Regional Sul 3 estiveram presentes e concelebraram a missa, presidida por Dom Adelar Baruffi. Em sua homilia, Dom Adelar lembrou que a Boa Nova do Evangelho traz alegria e esperança. “Sentimos a dor dos nossos irmãos que ainda não tem terra, teto e trabalho. A humilhante exclusão social não para de crescer. Quando a idolatria do dinheiro se torna o fim último, as finanças é que determinam, não a pessoa humana. Não somos vencidos, mas dizemos como a samaritana a Jesus: dá-me desta água. Aproveitemos a romaria para bebermos desta água. O bem viver é bem amplo e fala da nossa relação com Deus, com os irmãos e com a natureza. Tudo está interligado. Somos uma grande família sem fronteira, sem muros, sem cor e sem ideologias”, destacou.
“Sonhamos e cremos em uma vida em harmonia com a natureza, com os meios naturais e os seres humanos. Sonhamos e cremos na família, nas juventudes que se educam para uma vida sóbria e feliz. Sonhamos e cremos numa vida simples, com menos consumo, mais plena e feliz, com capacidade de se alegrar e de conviver. Sonhamos e cremos no bem viver que nos faz reconhecer que somos parte única da criação”, proferiu Dom Adelar.
Oficinas e feira
As oficinas, realizadas pela primeira vez na romaria da terra, tiveram repercussão positiva. Foram onze oficinas que envolveram a temática do bem viver, onde os participantes puderam vivenciar e aprofundar seus conhecimentos sobre conteúdos específicos.
Neste ano, a romaria também contou com um número expressivo de feirantes da agricultura familiar. Foram 23 grupos, sendo mais de 100 pessoas envolvidas. As comunidades da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, pertencente à Diocese de Cruz Alta, também, estiveram disponibilizando alimentação no local.
Próxima Romaria da Terra
Ao final, foi anunciada a Diocese de Santa Cruz do Sul como sede da próxima Romaria da Terra, no dia 16 de fevereiro de 2021.
Transmissão
A Rede Soberania cobriu a Romaria ao vivo. Confira algumas entrevistas:
* Com informações da equipe de comunicação da 43ª Romaria da Terra / Diocese de Cruz Alta
Edição: Marcelo Ferreira