As manifestações à entrevista concedida por Tarso Genro à UOL na última sexta-feira, 07, seguem se multiplicando. Na entrevista Tarso Genro diz que se fez transformações democráticas muito positivas na sociedade brasileira, a partir do governo do presidente Lula, mas também enfatizou que o partido teve que fazer uma série de modulações na sua linha política que bloquearam a sua renovação.
A mais recente manifestação é de Boaventura de Sousa Santos, Sociólogo e professor da Universidade de Coimbra, em Portugal, que enviou o que intitulou de “MENSAGEM RÁPIDA À ESQUERDA ESCRITA NO AEROPORTO DE MADRID.”
Diz Boaventura:
“Os textos que Tarso Genro acaba de publicar são a prova da magnitude da oportunidade que os governos do PT desperdiçaram. Esse desperdício não residiu apenas nas políticas e nos caminhos que Tarso Genro assinala e que podiam ter sido realisticamente seguidos. Residiu e reside igualmente na incapacidade para valorizar e ampliar o trabalho político, as reflexões e as análises por parte de quadros políticos com extraordinária capacidade teórica e prática que o próprio processo político gerou e de que Tarso é um exemplo máximo.
Tarso Genro foi um brilhante prefeito, um brilhante governador e um brilhante ministro. Foi e é, além disso, um teórico profundo e uma personalidade de impoluta honestidade. Apesar de tudo isto foi quase sempre um político mais tolerado do que querido pela liderança partidária, um político a que se recorre num momento de aperto, mas que se descarta logo que a tormenta passa. A nível mais profundo, a tragédia do Partido dos Trabalhadores reside nesta obstinada negação de não saber onde estão as suas virtudes e as suas potencialidades.”
Jorge Branco é integrante do Partidos dos Trabalhadores do RS.
Edição: Katia Marko