Na quente manhã do dia 27 de dezembro recebi a mensagem: Sou Carlos Castelo, jornalista de SP, colunista da Bravo... Começou aí o papo com o também escritor, publicitário e compositor Carlos Castelo. O início de tudo foi o lançamento do Jornal Humor, uma parceria do Brasil de Fato RS com a Grafar – Associação dos Cartunistas do RS. Quando viu a versão digital do jornal, que recebeu do seu amigo Fraga, Castelo fez contato para pedir o envio do jornal impresso e manifestar seu desejo de ser colunista no Brasil de Fato.
Hoje se materializa o intento. Lançamos a Coluna Frases Desfeitas, que será semanal e estará disponível toda sexta-feira. Nela teremos o prazer de acompanhar um dos mais ilustres gêneros literários: o aforismo – ou seja, a frase curta, a tirada de espírito, cheia de agudeza e ironia.
Castelo começou escrevendo frases no jornal O Matraca, periódico de humor que editava, nos anos 1980, na faculdade de jornalismo. Nele a seção de aforismos e máximas sarcásticas recebeu o nome de Abobrinhas. Em 2004, no portal UOL, criou o site de humor Castel-O-Rama, com crônicas, letras de músicas, poesia engraçada, limeriques e, mantendo a sua tradição de frasista, a seção Aboboral.
Já em 2006, depois de criar o perfil Casteladas, no Twitter, começou a produzir com maior regularidade as suas flechas de sarcasmo. No ano seguinte lançou seu primeiro livro apenas com aforismos: Orações Insubordinadas (Ateliê Editorial). Desde então vem sendo elogiado por sua produção por grandes nomes da literatura brasileira.
Luis Fernando Verissimo diz em sua apresentação de Frases Desfeitas: “Não vale dizer, sobre a escuridão que se aproxima: ‘Melhor, combateremos à sombra’. Primeiro porque a frase já foi dita. Segundo, porque a escuridão costuma vencer. Mas a frase, como se vê neste livro do Castelo, tem um adendo: ‘Melhor, combateremos à sombra... das palavras’. Palavras inteligentes são uma forma de resistência. Palavras inteligentes e engraçadas são invencíveis. Que venha a escuridão!”
Outro leitor de Carlos Castelo é o escritor José Roberto Torero. Afirma ele: “Eu não entendo como o cara consegue ser tão enxuto, tão resumido, tão sintético. Ele fala muito com muito pouco. É um paradoxo. Um Castelo minimalista.” O jornalista e biógrafo Ruy Castro é ainda mais textual em relação ao autor de Frases Desfeitas: “Quando eu quero rir e me irritar ao mesmo tempo, vou direto aos aforismos de Carlos Castelo.”
Carlos Castelo nasceu em Teresina, no Piauí, em 1958 e mora em São Paulo desde 1961. Formado em Jornalismo trabalha no mercado publicitário, sendo vencedor de cinco leões no Festival de Cannes de Propaganda. Além da coluna Crônica por Quilo no jornal O Estado de S.Paulo, escreve a coluna Cadernos de Leituras, sobre livros, nas revista Bravo! Colaborou ainda com Playboy, Sexy, Jornal da Tarde, Exame, VIP, O Pasquim 21, O Planeta Diário, Caros Amigos, entre outros. É um dos fundadores do Língua de Trapo e participou como cantor e compositor nos grupos musicais Os Bandalheiros, A Outra Banda do Língua e Avenida Brasil, que tinham como integrantes os cartunistas Paulo e Chico Caruso, o escritor Luís Fernando Verissimo e os cassetas Cláudio Paiva e Reinaldo Figueiredo. Pela Noir publicou também o livro Crônica por Quilo.
Confira a Coluna Frases Desfeitas
Edição: Marcelo Ferreira