A ADUFRGS-Sindical lançou a campanha “Solidariedade ao magistério público do RS”. O objetivo é arrecadar cestas básicas e doações em dinheiro através de transferência ou depósitos bancários identificados para ajudar os docentes da rede pública no Rio Grande do Sul, que estão passando por dificuldades. A categoria luta por dignidade profissional, enfrenta a luta em defesa da educação e da escola pública e resiste à retirada dos seus direitos como educadores.
São quatro anos de salários parcelados, contas atrasadas, sofrimento psicológico e vergonha. É o reflexo da política de arrocho e descaso com a Educação pública praticada pelo governo gaúcho. Além dos sucessivos atrasos nos salários, a categoria vive sem reajuste desde novembro de 2014, fato que diminui o poder de compra dos educadores a cada mês que passa. Fica o dilema: ou os servidores se alimentam ou pagam as contas. A situação é dramática.
As doações de cestas básicas poderão ser feitas, de imediato, nas sedes da ADUFRGS (Barão do Amazonas, 1581, e Campus do Vale, em Porto Alegre). As doações em dinheiro podem ser feitas diretamente na conta do CPERS (Banrisul – Agência 0100 - Conta 200340460-3 / CNPJ CPERS 92.908.144/0001-69). Nos próximos dias, o Sindicato também irá organizar uma vaquinha virtual. O endereço será divulgado nas mídias da ADUFRGS.
Números críticos
- Professores estaduais estão sem reajuste desde novembro de 2014.
- Já são 49 meses recebendo em atraso/parcelado
- Salário básico 20h: R$ 630,10
- Salário básico 40h: R$ 1260,20
- Piso Nacional do Magistério vigente em 2019: R$ 2.557,74 (40h)
- Em 2020, o MEC já anunciou que será de R$ 2886,24 (40h) - embora ainda não tenha oficializado o reajuste
- Rio Grande do Sul paga o segundo pior salário de ingresso aos professores
- Salário da rede pública é 41% menor que a rede privada no RS
- Número de alunos nas escolas estaduais: cerca de 800 mil.
Pensando nos alunos, educadores suspendem a greve sem acordo com o governo
Após 57 dias de paralisação, foi suspensa a greve do magistério público estadual. A categoria decidiu encerrar o movimento em Assembleia Geral na tarde da terça-feira (14), no pátio do Colégio Estadual Cândido José de Godói, zona norte de Porto Alegre.
“Voltamos à sala de aula para preservar o salário da categoria e pelo compromisso com estudantes e a comunidade escolar. Ao contrário de Eduardo Leite, nós temos responsabilidade com nossos alunos. Saímos de cabeça erguida, para retribuir à sociedade todo o apoio e carinho prestado a nossa luta”, afirma a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
A votação entre a suspensão ou continuidade registrou 725 votos a favor do encerramento e 593 contra. A deliberação aprovada inclui a exigência do pagamento dos dias parados e a construção de um calendário de mobilização para derrotar o pacote de Leite.
Greve histórica
Deflagrada no dia 18 de novembro por salário em dia e a retirada dos projetos de reforma administrativa proposta pelo governo Eduardo Leite (PSDB), que retira direitos e fragiliza os serviços públicos, a greve foi a maior das últimas décadas e colocou a educação pública no centro do debate.
* Com informações da ADUFRGS-Sindical e CPERS Sindicato
Edição: Marcelo Ferreira