Nesta quinta-feira, 16/01/2020, o secretário nacional de Cultura deste necrogoverno avançou 12 léguas nos descaminhos da irracionalidade. Seu discurso parte do fascismo e realiza-se plenamente na estética nazifascista, sem ocultar nada de sua natureza NAZISTA.
A música ao fundo do discurso lembra Rienzi [1] , ópera de Wagner predileta de Hitler. Nem Goebbels imaginaria algo tão nazista.
O ufanismo nacionalista, o apelo a fé e pátria e a valores patriotas, a cruzada contra o mal, a proclamação de uma nova era e todos os detalhes do discurso o tornam uma das mais claras peças da história universal do nazismo. No Brasil, em 16 de janeiro de 2020.
Eu me recuso a postar foto do líder nazista, de seus êmulos atuais no Brasil e o filme com o discurso que provoca este comentário. Tratam-se de evidências de algo assombroso, assustador, repugnante, inaceitável.
Que dizer dos brasileiros descendentes de judeus que ainda apoiam ao líder de um governo que claramente transita entre o fascismo e o nazismo? Por força de sua obsessão reacionária, antipetismo, conservadorismo e afetações deste tipo, naufragam nas águas do nazismo. Isto é 100% patético. Não lhes falta o alerta, aqui reiterado. Abandonem esta insensatez. Já passou da hora. Esta vergonha não lhes é exclusiva, apenas particularmente irônica. Todos os demais apoiadores desta era nazifascista devem enxergar ossadas de Auschwitz em seus espelhos.
Autoridades políticas e judiciárias, jornalistas, docentes, cidadãos e cidadãs que se calam diante deste horror neonazista são desde já cúmplices desta catástrofe de magnas proporções.
E este é o país da bossa nova. Nós temos que sair dessa, e será com arte e solidariedade democrática e iluminista.
[1] A música ao fundo do discurso é Abertura do Lohengrin, ópera de Wagner, compositor predileto de Hitler.
* Francisco Marshall é professor titular de História, IFCH-UFRGS.
Edição: Katia Marko